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23 September 2024
um tubo de ensaio etiquetado com a vacina é visto na frente do logotipo da AstraZeneca. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo

AstraZeneca afirma que reações ao imunizante Oxford são esperadas

Muitas pessoas têm relatado sofrer reações adversas do imunizante Oxford, da AstraZeneca, contra a Covid-19. De acordo com os estudos da Fundação Oswaldo Cruz, que participou das pesquisas clínicas no Brasil, febre, fadiga e mal-estar são os sintomas mais comuns para uma em cada cinco pessoas que recebe a primeira dose da vacina.

Em alguns postos de saúde, também é possível registrar a rejeição do imunizante. As pessoas têm tentado escolher qual tipo de vacina quer receber por conta dos efeitos que tem causado nos vacinados.

Segundo a AstraZeneca “as reações são esperadas e podem ser combatidas com medicamentos comuns, como antitérmicos e analgésicos.  Desde as fases II e III dos estudos, a vacina já se mostrava ‘reatogênica’, o que significa que sua aplicação poderia gerar incômodo a algumas pessoas”, disse à CNN.

Segundo um dos pesquisadores que atuaram no desenvolvimento da vacina no Brasil, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, as reações são mais comuns em pessoas mais jovens e logo após a aplicação da primeira dose.

“Em um cenário de pandemia, [melhor] ter um ou dois dias de febre e mal-estar do que ter Covid-19, o benefício [de se vacinar] é muito superior. É um perfil de segurança que nós consideramos adequado, semelhante a outras vacinas como tétano, coqueluche, meningite, que são vacinas também reatogênicas. São eventos transitórios que duram no máximo 48 horas e que se resolvem com analgésicos e antitérmicos comuns, nada de muito especial”, explicou o Kfouri.

O pesquisador também ressaltou que a eficácia da vacina não será alterada com a medicação preventiva para as reações. Ele destaca que todas as vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil têm ‘excelente perfil de segurança’.

“O melhor é não escolher a vacina, mas tomar aquela que estiver disponível no momento em que a pessoa for a um posto de saúde”.

Nas próprias redes sociais, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem recomendado o uso de analgésicos e antitérmicos em caso de reações como dor de cabeça, febre, enjoo, calafrios e dor muscular. Mas os próprios pesquisadores da Fiocruz sugerem que esses remédios já sejam usados no momento da aplicação da vacina caso não haja nenhuma contraindicação a eles.

Relato

O jornalista do Portal M!, Flávio Gomes, recebeu a primeira dose da vacina Oxford, no mês de maio e também sentiu as reações.

“Cerca de cinco horas após a aplicação, a primeira reação foi o sono pesado. Fui orientado para administrar paracetalmol e vitamina C, antes mesmo de ter alguma reação. No dia seguinte, às 04h30 da manhã, acordei febril, com calafrios e dores no braço”, relatou.

“Administrei a medicação e fui melhorando. Trabalhei um pouco sonolento e tive episódios de diarreia também. Pela tarde, tive mais calafrios e febre. Tudo ocorreu em apenas 12 horas. O que importa é estar vacinado contra esta doença, que contraí e sofri muito em 2020”, finalizou.

Foto: Agência Brasil
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