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27 September 2024

Áudios de youtuber Klebim vazam: “Pobre tem que roubar pra se dar bem”

Antes de ser preso em uma megaoperação desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, conhecido na internet como Klebim, conversava com pessoas próximas, por meio do WhatsApp, sobre a prática ilegal das rifas clandestinas. O influenciador chega a afirmar que, no Brasil, “pobre precisa fazer coisa errada para crescer”.

bahiainforma24horas

 

Áudios de youtuber Klebim vazam: “Pobre tem que roubar pra se dar bem”
“Mano, isso aí não tem jeito não véi, se denunciar e for pra Receita ou alguma coisa, vai dar merda, saca?”, diz o influenciador na conversa

Nos diálogos, o influenciador digital reclama dos tributos cobrados pela Receita Federal e que receberia “míseros” US$ 500 com visualizações no YouTube. Klebim foi preso no âmbito da operação Huracán, que desmantelou um esquema criminoso envolvendo rifas clandestinas e lavagem de dinheiro, e que rendeu milhões de reais ao influenciador.

Nos áudios, o youtuber comenta que sabia do perigo que corria em ser alvo das autoridades. “Mano, isso aí não tem jeito não véi, se denunciar e for pra Receita ou alguma coisa, vai dar merda, saca? Até mostrei isso aí hoje pra minha mãe e disse: se der merda tem que dizer a verdade ao advogado e tentar gastar o dinheiro. Porque, moço, não tem jeito de pobre ficar rico se não tiver fazendo nada de errado pro governo não, pô. Não tem jeito, quando eu soltei a rifa eu já sabia que era proibido”, disse.

Advogado e contador

Além dos personagens e vínculos já descobertos pela polícia no decorrer da investigação, a análise dos elementos colhidos após a prisão dos envolvidos mostrou uma engrenagem de lavagem de dinheiro altamente complexa, com atuação de um advogado e um contador, que garantiam o desbloqueio dos valores pagos pelas rifas.

Segundo as apurações da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), os valores são creditados em plataformas de pagamento, que percebem que as operações são atípicas e bloqueiam o dinheiro. Nesse momento, entram em cena um advogado e um contador, que, através de documentos de empresas de fachada e notas fiscais frias, conseguem o desbloqueio dos valores.