Bahia e Salvador terminam 2015 com as maiores taxas de desemprego do Brasil
No último trimestre de 2015, houve uma queda expressiva no número de pessoas trabalhando com carteira assinada
Tomando por base a média dos três primeiros trimestres deste ano, a taxa de desemprego prévia do Brasil em 2015 seria de 8,4%, superando as taxas médias registradas no mesmo período de 2014 (6,9%), 2013 (7,4%) e 2012 (7,5%). A pesquisa do IBGE revela que a taxa de desocupação já é de dois dígitos em várias regiões. Por estados, a Bahia teve a maior taxa de desocupação no terceiro trimestre (12,8%).
Entre as capitais, Salvador registrou a maior taxa de desemprego (16,1%). A taxa é aliviada no Brasil devido aos resultados observados no Sul e Sudeste. Os dados consideram os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua). Isso significa que, em termos da taxa de desocupação, o Brasil fecha o ano com mais pessoas procurando emprego do que havia no ano passado.
Informalidade cresce
No último trimestre de 2015, houve uma queda expressiva no número de pessoas trabalhando com carteira assinada. Foram 1,273 milhão de pessoas a menos em relação a 2014. Essas pessoas, que estavam sob uma rede de proteção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do seguro-desemprego, usaram esses recursos e acabaram aumentando o contingente da população trabalhando por conta própria ou como pequenos empregadores, que montaram o próprio negócio.
Essa mudança no mercado de trabalho traz uma perda de estabilidade dentro do domicílio e força filhos que estão no ensino médio ou superior e mesmo pessoas mais idosas a procurar emprego para tentar manter o nível de vida que foi perdido. A análise do momento atual mostra que a população ocupada está estável, mas a fila de desocupação cresceu por conta da mudança na estrutura do mercado.
Por causa destes fatores, a força de trabalho no Brasil aumentou em 2015. O país tinha no terceiro trimestre 2 milhões a mais de pessoas na força de trabalho, que envolve a população ocupada mais a população desocupada, que está pressionando o mercado para entrar.
Quem sofre mais
As mulheres e os jovens mostram taxas de desocupação maiores. O jovem, pela característica de falta de experiência, de empreendedorismo e de qualificação. A taxa de desocupação dos jovens de 18 a 24 anos de idade atingiu 19,7% entre julho e setembro deste ano. Há um processo natural de adequação do jovem ao mercado.
No terceiro trimestre de 2015, as mulheres representavam 51,2% da população desocupada. A taxa está relacionada a um problema de ordem cultural e, também, à segunda jornada de trabalho que ela tem de cumprir em casa, com os filhos, conciliada com o ambiente de trabalho fora do domicílio. As mulheres enfrentam, ainda, a limitação de alguns empregadores em contratar mão de obra feminina, porque sabem que mulheres podem engravidar.
As regiões nordeste e o norte lideram a taxa de desemprego no Brasil. No terceiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego no Nordeste alcançou 10,8%. As oportunidades de emprego são maiores nas regiões Sul e Sudeste, que têm um mercado mais aquecido. No Sul brasileiro, a taxa foi 6% no período pesquisado.
Por setores, os que mais dispensam, de acordo com a Pnad Contínua, são a indústria, que “perdeu mais de meio milhão (de vagas) em um ano, e a construção, que dispensou 300 mil pessoas”. Esses trabalhadores foram para o comércio e a parte de serviços.