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25 November 2024
Foto: Reprodução

Bahia está entre os estados que mais demitiu em 2015

Em 11 meses, mais de 56 mil vagas foram cortadas no mercado de trabalho em 2015

Encerrar 2015 sem emprego é a pior notícia que o trabalhador poderia receber como presente de Natal. Mas por mais dolorosa que seja, esta é a realidade para 358 mil pessoas que estavam fora do mercado de trabalho em outubro na Região Metropolitana de Salvador, que em novembro, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), viram mais 6.004 vagas de trabalho serem cortadas.

De acordo com e acordo com as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, referentes ao mês de novembro, a Bahia cortou 6.004 postos de trabalho com carteira assinada. No acumulado do ano até novembro esse número chega a 56.757 novas vagas cortadas, que é o saldo entre o número de empregos criados e os que foram cancelados.

Essa situação é resultante, para o Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas), resultante da queda nas vendas, projetadas para menos 8% no período natalino.  “Não vimos ainda a luz no fim do túnel”, diz Paulo Mota, presidente do Sindilojas. Já para o Sindicato dos Bancários da Bahia, que acusa uma diminuição de 8.247 vagas em todo o país, no acumulado do ano, das quais 1.928 somente no mês de novembro, é uma situação que não dá mostras de reversão para o próximo ano.

No Nordeste, no acumulado do ano a Bahia foi o segundo estado em número de vagas cortadas no mercado de trabalho, perdendo apenas para Pernambuco. Mas no mês passado, foi o estado que mais cortou vagas de emprego na região. No período de 11 meses de 2015, os estados que mais demitiram trabalhadores foram São Paulo (254 mil), Rio de Janeiro (134,7 mil) Minas Gerais (131,2 mil), Pernambuco (74.271) e Bahia, com 56.757 empregos formais com carteira assinados cancelados.

Acumulado

Para o presidente do Sindilojas, a retração do mercado de trabalho foi levemente atenuada agora em novembro, mas mesmo assim com números baixíssimos, o pior de que se tem notícias dos últimos 15 anos. Segundo Paulo Mota, apenas 1.500 empregos temporários foram criados no comércio baiano para o período do Natal, sem qualquer perspectiva de que essas vagas abertas se tornem permanentes a partir de 2016. “Temos uma recessão e queda de 8% nas vendas natalinas. Então o quadro atual e o projetado não é bom”, diz.

 Segundo o Caged, no mês passado a Bahia fechou 6.004 postos de trabalho, sendo o estado que mais demitiu na região Nordeste e o quinto em todo o País. Na Região Nordeste, sete estados tiveram saldo negativo entre o número de empregos criados e postos de trabalho fechados: a Bahia (-6.004 postos), Pernambuco (-4.760 postos), Ceará (-3.919 postos), Maranhão (-3.235 postos), Piauí (-680 postos), Rio Grande do Norte (-435 postos) e Paraíba (-93 postos). Dos nove estados da região, dois tiveram saldo positivo na geração de empregos: Alagoas (3.140) e Sergipe (37).

Em todo o Brasil, a Bahia estava entre os cinco estados que mais demitiram trabalhadores formais em 2015, e o segundo do Nordeste, atrás apenas de Pernambuco. No Nordeste Pernambuco eliminou 74.271 postos de trabalho nos últimos 11 meses, seguido da Bahia (-56.757 postos), Ceará (-22.891 postos), Paraíba (-10.781 postos), Maranhão (-9.500 postos), Rio Grande do Norte (-8.484 postos), Alagoas (-3.535 postos), e Sergipe (-2.961 postos). Dos estados da região, só o Piauí teve saldo positivo de empregos, com 755 vagas a mais no mercado de trabalho.

Os dados mostram ainda que no mês passado, a Região Metropolitana de Salvador 4.856 postos de trabalho fechados, contra 1.148 postos em todo o restante do interior do Estado. Do total de 56.757 vagas do mercado de trabalho fechadas nos últimos 11 meses em todo o Estado, 13.936 foram no interior e 42.821 em Salvador e Região Metropolitana.

Bancários foram os que mais sofreram

Incluída no setor de Serviços, o terceiro que mais demite em Salvador, o Sindicato dos Bancários na Bahia diz que a categoria dos bancários vem sofrendo com o quadro de demissão em massa em todo o país. Segundo nota divulgada no final da manhã de ontem, entre janeiro e novembro deste ano foram eliminados, 8.247 vagas em todo o País, das quais 1.928 somente no mês passado.

Em novembro, segundo o Sindicato,70% das dispensas foram sem justa causa. O Caged aponta que, em julho, o montante foi de 22%. Em agosto, pulou para 47% e em outubro chegou a 50%. ”Mesmo com o descaso dos bancos, que investem cada vez menos nas agências, o número de clientes tem crescido consideravelmente. Em outubro, BB, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander tinham 303 milhões de clientes”, diz a nota.

Febraban

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) emitiu nota esclarecendo que ao contrário do que diz o Sindicato dos Bancários, o quadro de funcionários no setor bancário cresceu 17,3% de 2007 a 2012, com o ingresso de 76 mil pessoas no sistema.  Em 2015, segundo os dados do CAGED, foram admitidos nos bancos quase 29 mil colaboradores no período de janeiro a novembro, enquanto as demissões sem justa causa, por iniciativa do empregador, somaram 17 mil.

Ainda segundo a Febraban, apenas uma pequena parte daqueles que pediram demissão não foi reposta, representando um ajuste de 1,6% no quadro geral dos bancos. É importante destacar que, das 8.247 reduções registradas no período, quase 6 mil foram decorrentes de programas de antecipação de aposentadoria. No final de novembro, o quadro geral dos bancários somava 504 mil trabalhadores.

– Vale ressaltar que quem deixa um banco tem, em média, 100 meses de casa – tempo maior do que a média de 18 meses de quem troca de emprego nos demais setores. A diferença salarial entre os que ingressam no mercado bancário e os que saem é maior em comparação a outros setores econômicos, finaliza a nota.

Por Adilson Fonseca/Tribuna da Bahia