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25 September 2024

Banco Central lança meio de pagamentos que faz transferências em dois segundos

Banco Central (BC) lançou, nesta quinta-feira (dia 19), um novo meio de pagamentos instantâneo, chamado de Pix, que vai permitir que transferências de dinheiro entre contas-correntes sejam feitas em até dez segundos e, na média, em dois segundos. Pelo novo sistema, também será possível pagar contas de luz, água e cartão de crédito ou realizar pagamentos de contas de supermercado, restaurante ou viagem de táxi, por exemplo.

A novidade começará a funcionar a partir de 20 de novembro deste ano, e aparacerá como opção de pagamento nos aplicativos de grandes bancos, credenciadoras de cartões e fintechs que aderirem ao sistema.

— É um dos projetos mais importantes do Banco Central este ano e uma necessidade das pessoas. É um sistema de pagamento instantâneo, rápido e seguro. É um embrião da transformação na intermediação financeira do país — disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participou do lançamento do Pix via teleconferência.

Hoje, para fazer uma Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou enviar um Documento de Ordem de Crédito (DOC) entre contas-correntes ou poupanças, há restrições de horário e valor. Por exemplo, não é possível fazer essas operações durante a madrugada. No caso da TED, o dinheiro transferido leva mais de duas horas para cair na conta.

Por meio do Pix, além do dinheiro cair em até dez segundos, será possível fazer esse tipo de transação 24 horas por dia, sete dias por semana e 365 dias do ano.

— O Banco Central está oferecendo uma infraestrura que será utilizada pelos agentes privados de forma a trazer mais competitividade e agilidade ao sistema de maio de pagamentos — disse João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC.

Na prática, o Pix tem potencial para substituir a TED e o DOC e o uso de dinheiro em espécie. A instituição financeira que utilizar o Pix poderá cobrar pela transação realizada pelo usuário. Mas o diretor do BC avalia que a tendência é que haverá barateamento dos preços em relação ao que é cobrado hoje em TEDs e DOCs. Mas a competição será feita pelos agentes que utilizarem esse novo instrumento.

O Pix poderá ser utilizado via celular ou computador. Será possível fazer pagamento por meio de QR Code. O cliente poderá utilizar o Pix para pagar taxas federais, como emissão de passaporte, o que deverá agilizar a emissão, já que o pagamento será compensado de forma instantânea. Hoje, é preciso esperar dois dias até a compensação e somente depois fazer o agendamento na Polícia Federal para a emissão.

Também no caso de uma compra pelo e-commerce ser feita pelo Pix ela será agilizada. Como o pagamento é compensado em até dez segundos, o processo de envio da mercadoria começa mais rápido. No caso de um usuário que tenha esquecido de pagar a conta e a energia tenha sido cortada é a mesma lógica.

— Se fizer o pagamento utilizando o Pix, que tem compensação instantânea, o serviço de religamento da energia pela concessionária é agilizado. Hoje, é preciso esperar a compensação — disse Pinho de Mello.

O diretor do BC disse que segurança é fundamental no novo sistema, tanto para o recebedor, quanto para o pagador. Ao fazer o pagamento, o usuário usará as chamadas-chaves de endereçamento, como CPF ou CPNJ, e-mail ou número do celular, para identifcar o recebedor. O pagador escolherá qual das chaves quer utilizar. Depois, vai inserir o valor e confirmar o pagamento:

Também poderá ser utilizado sistema de reconhecimento facial digital para identificar quem está pagando. O recebedor terá a informação do pagamento também de forma instantânea. Poderá conferir em sua própria conta-corrente ou receber uma mensagem alertando que o pagamento foi feito.

O Pix tambem permitirá transações entre pessoas físicas e empresas, somente entre empresas e entre pessoas físicas e o governo (no caso de pagamento de tributos). As instituições com mais de 500 mil clientes serão obrigadas a oferecer o Pix como alternativa de pagamento. Isso incluirá todos os grandes bancos e credenciadoras de cartões, que representam 90% das transações feitas no país. Mas pequenas instituições financeiras, como as fintechs, também poderão aderir ao novo instrumento.

— O Pix tbem vai facilitar a entrada de novos atores, aumentando a competição e os benefícios aos usuários. Estará aberto a qualquer tipo de pagamento — disse Mello.