Bolsonaro passa por cirurgia de 12 horas em Brasília e segue internado em estado estável
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou, neste domingo (13), por uma cirurgia de grande porte em Brasília, e segue internado em estado estável, segundo informações divulgadas pelo Hospital DF Star. A operação, que durou cerca de 11 horas, totalizando 12 horas de procedimento ao incluir o tempo de preparação pré-operatória, foi considerada bem-sucedida pela equipe médica.
Cirurgia
Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de “extensa lise de aderências e reconstrução da parede abdominal”. De acordo com o boletim médico divulgado às 21h42, o procedimento ocorreu sem intercorrências e não houve necessidade de transfusão de sangue. O ex-presidente deixou o centro cirúrgico por volta das 21h20 e foi encaminhado diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permanece sob observação.
Ainda conforme o boletim, Bolsonaro está estável, sem dor e recebendo suporte clínico, nutricional e medidas preventivas contra infecções. A equipe responsável pelo caso inclui os médicos Cláudio Birolini, Leandro Echenique, Ricardo Camarinha, Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges.
Obstrução intestinal
A cirurgia foi motivada por uma obstrução intestinal diagnosticada após o ex-presidente sentir fortes dores abdominais durante um compromisso político na cidade de Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, na última sexta-feira (11). Inicialmente atendido em uma unidade local, Bolsonaro foi transferido de helicóptero para Natal, onde passou por exames no Hospital Rio Grande (HRG).
Segundo a equipe médica, o primeiro tratamento adotado foi clínico, com medidas como jejum, hidratação venosa, uso de sonda gástrica e monitoramento contínuo. Contudo, diante da persistência dos sintomas e da gravidade do quadro, optou-se por transferi-lo a Brasília, onde foi realizada a intervenção cirúrgica. A decisão foi tomada com a participação do médico Cláudio Birolini, que acompanha Bolsonaro desde o atentado a faca sofrido em 2018, durante a campanha presidencial.
A obstrução intestinal, de acordo com os médicos, foi causada por uma dobra no intestino delgado, que dificultava o trânsito intestinal. Durante a cirurgia, as aderências foram liberadas e a estrutura abdominal foi reconstruída.
Histórico de procedimentos
Com o novo episódio, Bolsonaro chega à sua sétima cirurgia relacionada às sequelas do atentado de 2018. Desde então, o ex-presidente já passou por múltiplas intervenções para tratar complicações como aderências intestinais, hérnias e infecções. Aos 70 anos, sua saúde abdominal continua sendo uma preocupação frequente para os médicos, que monitoram de perto as consequências de procedimentos anteriores.
A assessoria do hospital informou que novos boletins médicos serão divulgados nos próximos dias para atualizar o estado de saúde do ex-presidente. Por enquanto, não há previsão de alta e sua agenda pública está suspensa por tempo indeterminado.
A possibilidade de transferência para São Paulo chegou a ser cogitada durante o final de semana, mas acabou sendo descartada após avaliação dos exames realizados em Natal. Segundo os médicos, a escolha pelo DF Star se deve à proximidade com a equipe médica que acompanha Bolsonaro desde 2018 e à estrutura oferecida pelo hospital para procedimentos de alta complexidade.
Aliados políticos, como o senador Rogério Marinho (PL-RN), têm acompanhado de perto a recuperação de Bolsonaro. Apesar das limitações impostas por seu estado de saúde, o ex-presidente continua ativo nos bastidores políticos e, nos últimos meses, vinha mantendo uma agenda intensa de compromissos públicos. A expectativa agora é de uma recuperação gradual sob monitoramento intensivo.