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26 November 2024
Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo

Bolsonaro se filiará ao Patriota, anuncia Flávio

O presidente Jair Bolsonaro vai se filiar ao Patriota. A notícia foi dada pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do mandatário, durante uma convenção virtual do partido ontem. Assim como o pai, Flávio também vai se juntar à sigla. Recentemente, o senador anunciou o seu desligamento do Republicanos. A troca de partido aconteceu para que ele ajudasse o presidente a encontrar uma nova legenda para disputar as eleições do ano que vem.

“É motivo de muita honra ser convidado para entrar num partido em que, talvez, eu devesse ter me filiado lá atrás. Me sinto um dos fundadores, participei da escolha do nome. Minha vinda para esse partido é para somar. Quero fazer um convite para que a gente forme o maior partido do Brasil a partir das eleições de 2022”, disse o parlamentar.

Antes da campanha de 2018, Bolsonaro chegou a ser apresentado como candidato à Presidência pelo Patriota, então chamado de Partido Ecológico Nacional – PEN. Mas a única ligação entre o então deputado e a sigla foi uma ficha “pré-datada”, com a filiação marcada para o dia 10 de março de 2018, assinada por Bolsonaro. À época, ele afirmou que “deve ter casamento, mas ainda é um noivado”.

O presidente queria que o seu ex-braço-direito Gustavo Bebianno – que virou ministro, mas foi demitido e virou rival – assumisse o comando durante a disputa, o que não foi aceito pelo presidente do partido, Adilson Barroso. Ele chegou a afirmar que Bolsonaro teria sido “envenenado” por Bebianno e que ele queria tomar o “partido inteiro para o grupo de Bolsonaro”.

“Fiz das tripas coração para tê-lo com a gente, mudei o nome do partido, mexi no nosso estatuto, dei mais de 20 diretórios para o grupo dele. Mas você não pode ser convidado para entrar em uma casa e depois querer tomar ela inteira para você, expulsando seus moradores originais”, afirmou o dirigente em janeiro de 2018. Em dezembro de 2017, Bolsonaro passou a negociar com o PSL, partido pelo qual disputou e venceu a eleição.

Em mais de uma ocasião, o presidente disse que queria ser “dono” de uma sigla. “Estou namorando outro partido, tá? Onde eu seria dono dele; (seria) como alternativa, se não sair o Aliança”, afirmou Bolsonaro, em 8 de março, ao conversar com apoiadores, no Palácio da Alvorada.

De lá para cá, ele já estabeleceu vários prazos para anunciar seu novo partido, mas as negociações emperraram. O vice-presidente do PSL, Antonio Rueda, é quem está à frente das conversas entre Bolsonaro e a legenda, mas nada foi adiante. A avaliação no governo é de que Rueda fez várias promessas de entregar o comando do PSL a Bolsonaro, mas recuou na hora de se comprometer, mesmo porque o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, veta qualquer acordo nesse sentido.

Fonte: Estado de Minas e Estadão Conteúdo