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23 November 2024

Bope prende rivais de Playboy em novo golpe contra guerra do tráfico

Quatro bandidos que lideravam o Comando Vermelho em disputas de territórios e espalhavam o terror na capital fluminense são capturados no Morro do Chapadão, Zona Norte da cidade

À esquerda (atrás), Dudão Mustafá, Binho (de óculos) e dois seguranças. Na frente, Claudinho (de preto) e Fu (sem camisa)(Bope/Divulgação/VEJA)

Três dias depois da morte de Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, chefe da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), o Batalhão de Operações Especais (Bope) prendeu nesta terça-feira os principais líderes do grupo rival, o Comando Vermelho. A quadrilha vinha aterrorizando a cidade do Rio de Janeiro com intensos tiroteios e matanças em constantes em disputas por territórios. Preterida na ação que resultou na morte de Playboy no Morro da Pedreira, em Costa Barros, a tropa de elite da polícia fluminense subiu nesta manhã o vizinho Morro do Chapadão, na Pavuna, e prendeu Claudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, e Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu. Eles são os responsáveis por liderar as guerras travadas pelo Comando Vermelho, quase sempre contra o bando de Playboy.

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Foram capturados também outros integrantes do núcleo da quadrilha que nas ruas acatavam ordens recebidas das cadeias de segurança máxima: Eduardo Luiz Paixão, o Dudão Mustafá, uma das lideranças do Complexo do Alemão, Robson Aguiar de Oliveira, o Binho, responsável pelo Chapadão e pelo Morro do Engenho, além de Rafael Silva Gomes, o Guerreiro, e Cesar Augusto Alta de Araújo, o PQD. Outros dois seguranças foram presos e cinco fuzis apreendidos. “São prisões que ajudam a estancar a guerra. A articulação para atacar e invadir outros territórios fica comprometida, pelo menos temporariamente”, afirma um integrante da cúpula da Secretaria de Segurança Pública.

A ação do Bope acontece em meio a um ‘momento de purificação’, como integrantes da própria cúpula da PM têm classificado. Recentemente, suspeitas de envolvimento de ‘caveiras’ com traficantes – vendendo armas, informações e até dando segurança para criminosos, como VEJA revelou numa série de reportagens – mancharam a imagem da unidade. No último dia 20 de junho, numa outra ação que envolveu o Bope, cerca de 15 milhões de reais do tráfico desapareceram no Morro da Covanca, em Jacarepaguá. Três oficiais e três praças chegaram a ser afastados, mas a investigação da Corregedoria ainda não foi concluída.

Claudinho e Fu, de acordo com as investigações da Polícia Civil, tinham como alvo principal a retomada do controle das bocas de fumo do Moreo da Mineira, no Catumbi, região central da cidade que, mesmo com a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) há quatro anos,vem sofrendo com uma guerra que já deixou vinte mortos nos últimos dois meses. Com a prisão da dupla, um novo ataque do CV fica praticamente inviável