Brasil está entre os países que mais matam jornalistas no mundo
País está no sétimo lugar do levantamento feito pela Press Emblem Campaign; matou-se mais profissionais de imprensa no Brasil do que no Paquistão e no Afeganistão
O Brasil continua sendo um dos países mais perigosos do mundo para jornalistas. Um levantamento publicado nesta segunda-feira pela entidade Press Emblem Campaign (PEC), com sede em Genebra, aponta que em 2015 sete jornalistas foram assassinados no país. Com esses números, o Brasil aparece na 7ª colocação entre os países onde mais profissionais da imprensa foram mortos no ano.
No ranking, o Brasil empata em número de mortes com o Iêmen e Sudão do Sul, dois países que estão em guerra. Segundo o estudo, matou-se mais jornalistas no país neste ano do que na Somália, Paquistão, Ucrânia e Afeganistão. Encabeçam a lista a Síria, com 11 mortes; o Iraque e o México, com 10 mortes cada. Em seguida, aparece a França, que entrou no ranking por causa do atentado terrorista contra o jornal satírico Charlie Hebdo, em janeiro deste ano, no qual 8 jornalistas foram mortos. Na relação dos últimos cinco anos, o Brasil fica na 6ª posição, com 35 profissionais de imprensa mortos.
Desde janeiro, 128 jornalistas morreram em 31 países. O ano começou com o massacre na redação do Charlie Hebdo e com a morte do jornalista japonês, Kenji Goto, na Síria, pelo Estado Islâmico. Metade das mortes ocorreu por atores não-estatais, como grupos terroristas ou organizações criminosas.
O Oriente Médio continua sendo a região mais perigosa para jornalistas, com 38 mortes em 2015. Mas a América Latina fica em segundo lugar, com 31 assassinatos. Em dez anos, 1.100 jornalistas foram mortos pelo mundo, uma média de 2,2 por semana.