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25 November 2024

Brasil só tem vacinas contra o coronavírus para 65% da população

O Brasil tem vacinas contra o novo coronavírus para imunizar apenas 65% de sua população, considerando apenas as doses com contrato assinado pelo Ministério da Saúde. A pasta divulgou o recebimento de 275 milhões de imunizantes, incluindo as já entregues e aplicadas. Outros 140 milhões viriam pelas “compras futuras” com AstraZeneca e Sinovac, e mais 161 milhões são as doses ainda “em tratativas”.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, se os contratos divulgados pelo governo federal com Pfizer, Janssen, Sputnik V e Moderna se concretizarem, o Brasil teria capacidade de atingir o limiar dos 70% ainda antes do fim do ano. O cenário mais otimista requer também a confirmação de “compras futuras” com as detentoras dos royalties das vacinas produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Butantan, a partir de setembro.

 

Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, em 17 de janeiro, o Brasil deu a primeira dose do imunizante para, em média, somente 0,1% da sua população por dia. Chilenos e americanos, por exemplo, vacinaram com pelo menos uma dose mais do que o dobro dessa parcela populacional (0,26% e 0,22%, respectivamente) diariamente. O Reino Unido tem quase o quádruplo (0,39%) de parcela da população imunizada por dia, e Israel alcançou 0,77% da população vacinada diariamente.

Até a última sexta-feira (5), o Brasil atingiu a marca de 7.941.173 milhões de vacinados, segundo dados das secretarias estaduais de saúde obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O total equivale a 3,75% da população. O Chile, que tem a vacinação no estágio mais avançado da América Latina, conseguiu aplicar pelo menos uma dose em 20,4% de seus habitantes. Já os Estados Unidos imunizaram 16,2%, o Reino Unido está em 30,9% e Israel já tem 56% de vacinados. Todos esses países começaram suas campanhas quase um mês antes do Brasil.

Segundo Denise Garrett, epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin, o Brasil tem experiência e estrutura suficientes para ter mais agilidade, mesmo em um cenário de escassez de doses.

“O Brasil conseguiu vacinar 80 milhões de pessoas, na campanha contra Influenza, em apenas três meses. São 38 mil salas de vacinação no país inteiro, com profissionais treinados. É inaceitável o que estamos vendo”, desabafou ao jornal O Globo. “Faltam experiência e organização para lidar com esse tipo de campanha, que é realmente complicada.”