SÃO PAULO — Exame realizado na noite deste domingo confirmou que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas , tem um câncer na região do estômago com metástase no fígado e lesão no sistema linfático. A equipe médica que acompanha Covas informou nesta segunda-feira que ele iniciará já nesta semana o tratamento de quimioterapia.

Não há previsão de alta para o prefeito até o fim desta semana. Ele ficará hospitalizado até que se cure do quadro de trombose venosa profunda.

Covas está internado no Hospital Sírio-Libanês desde quarta-feira passada quando teve diagnosticada uma erisipela. O quadro evoluiu para uma tromboembolia bilateral pulmonar e, então, foi descoberto o tumor maligno. O câncer está localizado na cárdia — nome dado à região de transição entre o esôfago inferior e o estômago — e é do tipo adenocarcinoma.

O câncer foi descrito pelos médicos como um “achado de sorte”, uma vez que o prefeito não tinha sintomas da doença. A quimioterapia deverá durar de seis a oito semanas. Será um ciclo de 36 horas a cada duas semanas. Em princípio, ele será submetido a três sessões.

— Esses são achados de uma investigação pro-ativa. O prefeito jamais apresentou sintomas. Foi realmente um achado de sorte — afirmou o infectologista David Uip.

Silenciosamente, células do tumor carncerígeno migraram para o sistema linfático e o fígado. Somente neste último orgão foi identificado o quadro de metástase.

— A doença foi capaz de silenciosamente migrar. Entretanto, o fato de não encontramos pontos adicionais (de tumor) é um ponto positivo sobretudo pelo peritônio (membrada que reveste a cavidade abdominal) estar normal. Podemos dizer que, de certa forma, a doença foi traiçoeira porque não trouxe nenhum sintoma local e a primeira manifestação dela foi essa trombose venosa profunda — disse o oncologista Artur Katz.

Não há previsão de cirurgias no momento. Covas também permanecerá no cargo e despachará com secretários do hospital ao longo desta semana.

— Ele disse que tem a responsabilidade de estar no cargo enquanto possível e a responsabilidade de deixar o cargo se precisar — afirmou Uip.