Bruno Reis, o povo ama o povo quer. Pré-candidato a prefeito tem 35% das intenções de voto
Na corrida eleitoral pela prefeitura de Salvador, o candidato do DEM, Bruno Reis, lidera com 35%, enquanto seus principais adversários aparecem empatados tecnicamente, conforme a margem de erro de aproximadamente 3,5%, de acordo com levantamento A TARDE/Potencial Pesquisa, realizado entre os dias 16 e 22 de setembro.
A pesquisa foi a primeira realizada na cidade de Salvador após o período das convenções partidárias, nas quais foram oficializadas as candidaturas à prefeitura.
Sargento Isidório (Avante) e Olívia Santana (PCdoB) têm 10% cada, enquanto a Major Denice (PT) aparece com 7%, seguida por Bacelar (Podemos) e Hilton Coelho – cada um deles com 3%. Fecham a lista Cezar Leite (PRTB), com 2%, e Celso Cotrim (PROS), com 1%, enquanto Rodrigo Pereira (PCO) não pontuou. Entre os 800 entrevistados, 15% disseram não saber em quem votar e 1% não quis responder. Brancos e nulos somaram 13%.
Excluídos votos brancos e nulos, o vice-prefeito tem 40% das intenções de voto. Com tais números na largada da corrida eleitoral, aliados ao fato de Bruno ter a menor rejeição entre os postulantes, há possibilidade de a eleição na capital baiana ser resolvida no primeiro turno, afirma Zeca Martins, diretor da Potencial Pesquisa.
A missão, entretanto, não é simples, acrescenta. “Ele tem que pegar 2/3 dos indecisos, o que não é fácil, porque temos muitos outros candidatos. Mas ele tem chance. Acho que ele vai trabalhar para isso [vencer no primeiro turno], porque no segundo turno a coisa pode apertar um pouquinho”, avalia Martins.
- Espontânea
Na pesquisa espontânea, quando não são listadas as opções, 44% dos entrevistados afirmaram ainda não ter candidato. Neste cenário, o vice-prefeito tem 21% das intenções de voto. Isidório aparece com 6%, e o prefeito ACM Neto (DEM), apoiador da candidatura de Bruno, foi mencionado por 5% das pessoas ouvidas. Olívia e Denice têm 4%, cada uma. A deputada federal Lídice da Mata (PSB), que retirou sua candidatura na última semana para apoiar a major, ainda pontuou com 2%. Cezar, Bacelar, Hilton e Cotrim aparecem com 1%, cada um.
Além de liderar as intenções de voto, Bruno tem ainda a menor rejeição entre os postulantes, segundo a pesquisa, empatado com o candidato do PCO, que não pontua. Somente 28% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum no vice-prefeito.
O segundo melhor índice de rejeição, já bastante acima, é de Denice (40%). Em seguida estão Cezar (41%), Olívia (43%), Cotrim (45%), Hilton (45%) e Bacelar (48%). O campeão em rejeição é Isidório, já que 63% dos entrevistados afirmaram que não votariam nele de forma alguma.
Ao comentar a alta rejeição de Isidório, o diretor da Potencial acredita que a candidatura do pastor tem um “teto”, que não deve passar, no máximo, dos 18%. Estrategicamente, porém, a candidatura é vista por Martins como uma forma de “segurar um pouco Bruno”. “Esse voto seria dividido entre os outros candidatos, e Bruno certamente ganharia uma fatia disso”, pontua.
Outro número relativo à candidatura de Isidório que chama a atenção é o seu índice de conhecimento pela população. Ele é o candidato mais conhecido, conforme o levantamento, até mais do que o próprio vice-prefeito, que não é conhecido por somente 15%. Apenas 9% dos entrevistados disseram não conhecer o deputado suficientemente para opinar, o que não é um bom sinal para suas pretensões eleitorais, dada a sua rejeição.
A estratégia de pulverização adotada pela oposição a Neto, reforça Martins, pretende agir eleitoralmente sobre os segmentos menos ligados à esquerda. “São candidaturas de partidos da base, como o Avante e o Podemos, que não tiram votos dos partidos mais à esquerda”, afirma.
Pandemia
Para Martins, estatístico e especialista em marketing eleitoral, o contexto da pandemia pode ajudar mais a Neto do que a Rui na missão de eleger o seu candidato, por reforçar as relações de proximidade da população com a gestão municipal, neste caso bem avaliada durante o período.
“A eleição municipal é diferente da estadual. A própria relação com as pessoas é diferente. A prefeitura está sempre mais próxima. E, no caso da quarentena, não foi diferente. A prefeitura é que está mais à frente em termos de resolução. O fato de administrar bem ou não as ações contra a Covid-19 favorece mais o gestor municipal”, afirma.
A Tarde