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24 November 2024

Candidatos atacam gestão da segurança pública na Bahia

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Postulantes ao governo participaram do debate realizado pelo Mestrado em Segurança Pública

Um dia após uma onda de violência atingir os municípios de Amargosa e Itabuna, os candidatos ao governo classificaram os índices baianos como alarmantes. Sem a presença do petista Rui Costa, as críticas à administração do governador Jaques Wagner tiveram destaque no debate realizado na reitoria da Ufba. Os ataques também atingiram o ex-governador Paulo Souto (DEM), que participava do evento como candidato.

"Não é que antes fosse bom. Mas não era ruim como está. Vai ser muito difícil voltar aos índices de 2006, quando deixei o governo", afirmou Souto, ao exaltar dados de investimentos em segurança pública à época em que comandou a Bahia.

A defesa de Souto, no entanto, foi indireta. Todos os adversários, Lídice da Mata (PSB), Marcos Mendes (PSOL), Renata Mallet (PSTU) e Rogério da Luz (PRTB), foram mais incisivos ao destacar números considerados "preocupantes" da administração petista no estado.

"A ascensão da violência iniciou em 2002 e se acentuou muito nos últimos seis anos", criticou Lídice, que, em diversos momentos, foi citada pelos adversários por sua proximidade com o governo Wagner – o PSB deixou a administração petista em setembro de 2013.

Lídice, todavia, rebateu as associações a Wagner e frisou não ter qualquer "ligação íntima" com o PT, como foi sugerido. A senadora arrancou aplausos ao ressaltar que nunca fora filiada ao partido, em resposta a uma provocação de Renata Mallet. PSTU e PSOL alfinetaram a candidata do PSB, além de atacarem o PT e o DEM, enquanto o PRTB preferiu ter como alvo apenas o candidato democrata.

A candidata do PSTU, inclusive, comparou os quatro anos da gestão de Souto, entre 2002 e 2006, com o primeiro mandato de Wagner. "Houve 242% de aumento do número de homicídios nos primeiros quatro anos do governo Wagner", apontou Renata.

Com um debate morno, os adversários aproveitaram as perguntas trocadas entre si para apresentarem plataformas de campanha. Desde a desmilitarização da polícia, proposta de Mendes, aos mecanismos de combate ao crime de colarinho branco de Souto e à mudança da concepção das políticas de segurança, defendida por Lídice.

Ausência

Justificando um choque de agendas, a ausência do candidato Rui Costa (PT) acabou sendo um dos destaques do debate promovido pelo Mestrado Profissional em Segurança Pública, da Faculdade de Direito da Ufba.

"É um dever enquanto candidatos nos expor à sociedade para discutir  temas como segurança pública", sugeriu Lídice, sem citar nominalmente o adversário petista.

Irônico, Da Luz sugeriu que ausência de Rui no debate era proposital. "Ele (Rui) está 'pouco se lixando' para a segurança pública", provocou o candidato do PRTB.

Por meio de sua assessoria, o candidato Rui Costa alegou "compromissos de campanha e de cidadão" para não comparecer ao debate. "O candidato confirmou presença em todos os debates nos veículos de comunicação e o convite para esse debate foi em cima da hora. A segurança pública será amplamente debatida no horário eleitoral e nos debates dos veículos de comunicação", justificou.

O mediador do debate, Júlio Rocha, frisou que o convite foi extensivo a todos os postulantes. "Todos os candidatos confirmaram presença, mas o candidato Rui Costa não apareceu", afirmou.