Carta a Daniela Mercury
A LGBTfobia grita, a intolerância, ódio e violência vitimam “Dandaras” pelo Brasil afora, e você usa a sua voz para denunciar ao mundo, e se engajou como ninguém pela nossa democracia e pelos direitos”
Obrigado, Daniela, você me (nos) salvou!
Com a sua música e a sua coragem, agora e sempre, a sua mania de não se conformar com injustiça. A de não se calar, mesmo quando o opressor é violento e não quer dialogo. Eu sei que seria muito mais cômodo se manter calada ou até se manifestar e depois recuar após se deparar com a violência da rede e de uma parcela que não aprendeu a conviver com a diversidade de opinião. É triste que estejamos vivendo um momento de fragilidade democrática, em que não há espaço para a pluralidade de ideias, porém, você brilhou mais uma vez, se mantendo altiva e consciente do seu papel neste momento.
Eu acompanho o seu trabalho desde muito pequeno, e guardo como uma das lembranças mais bonitas da minha infância, quando ganhei um disco seu, a minha mãe me chamou no canto e me entregou o melhor presente que eu poderia ganhar naquele natal. Eu dancei muito, e as suas músicas também me convidavam a conhecer um mundo novo e a questionar as indiferenças da sociedade.
Você sempre defendeu os direitos humanos, e isso sempre me fez te admirar cada vez mais. Uma diva não pode só cantar e dançar perfeitamente, ela precisa liderar, e você sempre liderou uma geração. Para pensar a igualdade racial, a conhecer a Bahia, a não se conformar com a violência e com a violação dos direitos de crianças e adolescente, a nossa eterna embaixadora da criança, lutadora pela igualdade no mundo.