Caso Isabella Nardoni completa oito anos com questões em aberto
Suposta participação do avô da menina, atirada da janela aos 5 anos, ainda não foi esclarecida.
Um dos crimes de maior repercussão no Brasil, o assassinato da menina Isabella Nardoni, aos cinco anos de idade, completa oito anos nesta terça-feira (29). A madrasta, Anna Carolina Jatobá, e o pai da menina, Alexandre Nardoni, foram condenados pela morte e estão presos. Porém, o caso ainda tem pontas soltas.
No dia 29 de março de 2008, Isabella caiu do 6º andar do Edifício London, na zona norte de São Paulo, por volta das 23h30. No apartamento, moravam Alexandre Nardoni, Anna Carolina Jatobá e os dois filhos do casal. A menina chegou a ser socorrida, mas morreu em seguida.
Após a tragédia, o casal disse que uma outra pessoa teria entrado na casa e jogado a menina da janela. Quando a polícia começou a investigar o caso, desconfiou do pai e da madrasta.
Peritos da Polícia Civil constataram que Isabella foi espancada e esganada dentro do apartamento pela madrasta, antes de o pai jogar a menina pela janela do 6º andar. No dia do crime, a família foi junta até o mercado. A perícia também constatou que Alexandre Nardoni bateu na menina ainda dentro do carro, quando estavam voltando para casa.
A perícia também constatou que a menina morreu 11 minutos após chegar ao apartamento. Além de terem matado a menina, o casal ainda alterou a cena do crime para tentar escapar das investigações.
Em 2014, uma funcionária do sistema penitenciário de São Paulo declarou ao Ministério Público que o advogado Antônio Nardoni, avô de Isabella, pode ter participação na morte. A mulher disse ter ouvido a versão da madrasta da menina, no presídio de Tremembé, onde ela cumpre pena.
Segundo o depoimento da funcionária, quando chegaram ao apartamento, eles pensavam que a menina já estaria morta. Foi quando, de acordo com a mulher, Anna decidiu ligar para o sogro, o advogado Antônio Nardoni. O avô da menina nega as acusações.
— Falou para o sogro que matou a menina e ele falou: “Simula um acidente. Senão, vocês vão ser presos”. Aí, tiveram a ideia de jogar a menina pela janela. Que o Alexandre só jogou a filha porque acreditava que ela estivesse morta e que ele teria ficado em estado de choque ao descer do prédio e perceber que a menina estava viva.
Quando o crime completou cinco anos, a mãe da menina, Ana Carolina Oliveira, falou com o Jornal da Record e disse que “não passa um dia sem pensar nela” e que sonha muito com a menina: “Já sonhei que a gente estava se encontrando. Isso me faz bem”.