Catadores de recicláveis devem retirar 100 toneladas em seis dias de Carnaval
O principal objetivo do projeto é fomentar e valorizar o trabalho de catadores e catadoras de materiais recicláveis
Foto: Divulgação/Cama
Depois de 2 anos suspenso, por conta da pandemia, o Projeto Eco Folia Solidária: O Trabalho Decente Preserva o Meio Ambiente volta a participar da maior festa de rua do planeta, o Carnaval de Salvador.
Em sua 18ª edição, assim como em anos anteriores, o principal objetivo do projeto é fomentar e valorizar o trabalho de catadores e catadoras de materiais recicláveis autônomos e cooperativados, durante os festejos de momo.
A ação, que tem como base as leis 12.305/10 e 12.932/14 que instituem a política nacional e stadual de resíduos sólidos, além de contribuir para a diminuição de impactos ambientais, também permite a estes profissionais, na maioria das vezes invisibilizados, uma renda através da comercialização de plásticos, garrafas PET e latinhas de alumínio, nos dias da folia.
Em 2020, catadores de 5 cooperativas beneficiadas foram responsáveis por retirar do meio ambiente cerca de 30 toneladas de materiais recicláveis. Este ano, as associações e cooperativas de coleta seletiva Cooperguary, Coleta Cidadã, Caec, Cooperbari, Cooperbrava, Coocreja, Campet, Canore, Coopers, Crun e a Canarecicla, em parceira com o Centro de Arte e Meio Ambiente (Cama) e o Fórum Estadual Lixo e Cidadania da Bahia, estarão na gestão da iniciativa.
No total, o projeto vai alcançar 11 associações e cooperativas e cerca de 290 catadores e catadoras que integram estes empreendimentos.
“A expectativa é atender 710 catadores e catadoras de materiais recicláveis autônomos. Somando ambos, a ideia do projeto é beneficiar mil catadores e catadoras, durante o período do Carnaval”, afirmou Joilson Santana, coordenador executivo da ONG Centro de Arte e Meio Ambiente (Cama) e do Fórum Estadual Lixo e Cidadania da Bahia.
Com a ampliação da mão de obra, a intenção é retirar da natureza, durante os 6 dias de Carnaval, 100 toneladas de resíduos. “Em relação à produção, em relação ao volume coletado, há uma expectativa de que a gente possa chegar a 100 toneladas de materiais recicláveis, em 2023, a partir do projeto. Além disso, durante o carnaval de Salvador os catadores e catadoras de materiais recicláveis autônomos, ou seja, aqueles que não fazem parte de cooperativas, poderão obter uma renda com a coleta e comercialização dos materiais recicláveis gerados no circuito (latinhas e plástico), por preços justos, graças ao projeto Eco Folia Solidária”, disse Santana.
“Os trabalhadores também receberão, diariamente, uma bonificação de R$ 40,00 a cada 30kg de plástico entregue nas Centrais de Apoio ao Catador/a”, completou.
Os profissionais contarão com sete Centrais de Apoio ao Catador/a, distribuídas em três circuitos oficiais. Duas destas estarão no Centro da cidade – no Politeama, próximo ao Orixás Center, e na Ladeira da Montanha.
Já na Barra, serão quatro centrais. Uma na rua Carlos Chiacchio – em frente ao Cristo da Barra -, duas na Marques de Leão – sendo uma no estacionamento da Caixa Econômica e outra próximo ao Santander. A quarta ficará na rua Miguel Burnier – próximo à antiga Perini. Uma central também foi montada no bairro Nordeste de Amaralina.