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24 November 2024
Foto: Divulgação | Por: Muita Informação

Cientista político analisa resultados das eleições 2022 e o cenário para o segundo turno na Bahia e no Brasil

Claúdio André falou sobre os resultados para o governo, senado, presidência e deputados estaduais e federais

Como em toda e qualquer eleição, o fator ‘surpresa’ sempre fez parte tanto para os candidatos quanto para a população. Um dos exemplos foi às eleições para o governo da Bahia que surpreendeu boa parte dos baianos. Muitas pesquisas eleitorais apontavam a vitória do candidato ACM Neto (União Brasil) no primeiro turno. No entanto, após a apuração o resultado foi outro, com o segundo turno entre o ex-prefeito de Salvador e Rodrigues (PT).

Em entrevista ao Portal M! nesta segunda-feira (3), o cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Claúdio André, avaliou os resultados das eleições para o governo do Estado.

“Tivemos um retrato das pesquisas nas quais mostravam de fato a tendência de subida para Jerônimo Rodrigues, e dentro dessa curva de crescimento, já projetávamos a queda de ACM Neto, o que deu um cenário que se reinverteu com Jerônimo pegando votos de Neto e dos indecisos, o que quase levou a vitória do candidato petista já no primeiro turno”, afirmou.

O especialista atribui essa virada no cenário para o governo a vários fatores, sendo um deles a boa a

Como em toda e qualquer eleição, o fator ‘surpresa’ sempre fez parte tanto para os candidatos quanto para a população. Um dos exemplos foi às eleições para o governo da Bahia que surpreendeu boa parte dos baianos. Muitas pesquisas eleitorais apontavam a vitória do candidato ACM Neto (União Brasil) no primeiro turno. No entanto, após a apuração o resultado foi outro, com o segundo turno entre o ex-prefeito de Salvador e Rodrigues (PT).

Em entrevista ao Portal M! nesta segunda-feira (3), o cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Claúdio André, avaliou os resultados das eleições para o governo do Estado.

“Tivemos um retrato das pesquisas nas quais mostravam de fato a tendência de subida para Jerônimo Rodrigues, e dentro dessa curva de crescimento, já projetávamos a queda de ACM Neto, o que deu um cenário que se reinverteu com Jerônimo pegando votos de Neto e dos indecisos, o que quase levou a vitória do candidato petista já no primeiro turno”, afirmou.

O especialista atribui essa virada no cenário para o governo a vários fatores, sendo um deles a boa a

valiação do atual governador Rui Costa (PT).

“Essa virada nos resultados atribuo a vários elementos como a boa avaliação do governo Rui e o peso da força de Lula como candidato. Outro ponto importante é que muitos prefeitos se mantiveram na base governista, então a vitória política deste domingo com certeza foi do PT, dos aliados como o senador Otto Alencar que se reelegeu muito bem com uma votação expressiva”, comentou.

O especialista ainda explicou que o favoritismo de Jerônimo Rodrigues no primeiro turno acabou levando a disputa no dia 30 de outubro para uma visão literalmente diferente.

“Essa vitória eleitoral praticamente coloca outro cenário de segundo turno com ACM Neto partindo com uma diferença absurda de votos, ou seja, mesmo que se coloque uma possibilidade dele herdar os votos de João Roma, a tendência pra Jerônimo por conta da eleição nacional é que a força do 13 pode construir um ponto de vitória para o petista no segundo turno.”

Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados

Com 100% das urnas apuradas, a Bahia é um dos estados que tem uma das federações com maior representação na Câmara dos Deputados, com 39 nomes para representar a população baiana. Já na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), 913 nomes disputaram acirradamente as 63 vagas.

Para o cientista político, a força da reeleição dominou o resultado das eleições para os devidos cargos.

“Quem já tinha mandato conseguiu sobressair nas chapas dos partidos, então percebemos que tivemos uma reeleição mais fácil e consolidada de quem já tinha mandato. Esse cenário do ponto de vista da composição dos partidos, é que de fato a gente tem ambiente equilibrado entre força de oposição ao PT na Bahia e a base aliada, então vimos um equilíbrio refletindo mais ou menos o que se delineava nas urnas.”

Senado

Com uma votação bem expressiva ao Senado, Otto Alencar (PSD), se reelegeu com mais de quatro milhões de votos, o que totalizou 58,7% dos votos válidos, deixando para trás os concorrentes ao cargo como Cacá Leão (PP) e Raíssa Soares (PL).

Nesse contexto, o cientista político fez um panorama da carreira de Otto Alencar, ressaltando a passagem por um bloco ideológico carlista.

“Tivemos a passagem dele em um episódio carlista, mais a direita e depois ele migra pra centro esquerda. O PSD é o maior partido em prefeituras na Bahia, e também a passagem do senador Otto pela CPI da Covid pode ter o projetado como uma liderança antibolsonarista dentro do Estado, o que levou o resultado das eleições deste domingo”, analisou.

Presidente

As eleições para à Presidência da República, também foram bastante disputadas, o que acabou levando a corrida presidencial para o segundo turno. De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu em 14 estados, sendo estes: Alagoas; Amapá; Amazonas; Bahia; Ceará; Maranhão; Minas Gerais; Pará; Paraíba; Pernambuco; Piauí; Rio Grande do Norte; Sergipe e Tocantins.

O atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) ganhou em 12 estados, além do Distrito Federal, sendo eles: Acre; Distrito Federal; Espírito Santo; Goiás; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Paraná; Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul; Rondônia; Roraima; Santa Catarina e São Paulo.

Neste cenário, para o especialista, se colocou de forma surpreendente do que estava sendo apontado nas pesquisas de intenções de voto.

“O panorama das eleições presidenciais foi surpreendente dentro de uma recuperação do candidato Bolsonaro, comparado o que as pesquisas vinham projetando, ele teve um crescimento considerável chegando a diminuir a sua diferença para Lula no primeiro turno. Esse resultado obviamente cria um ambiente mais competitivo para o segundo turno do ponto de vista matemático, é possível inclusive que Bolsonaro consiga abrir uma tendência de maior crescimento, e de fato a gente ter uma eleição mais apertada do que previa os institutos”, destacou o cientista.

Força de Lula no Nordeste

Após as apurações deste domingo (2), os dados do TSE mostraram o favoristimo do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na região Nordeste.

Para Claúdio André, o que se explica esse favoristimo é a representação política que o candidato traz pelo fato de ser um nordestino, além de políticas públicas que surtiram mais efeito na região Nordeste.

“Ele tem uma carreira polítca muito forte na defesa do Nordeste, e vejo muitas políticas surtiram muito mais efeito na região nordestina devido a desigualdade social, da pobreza que sempre foi uma marca da região. Dentre as políticas, podemos pensar na chegada de universidades, o programa Bolsa Família, recuperação de rodovias e obras de uma refinaria em Pernambuco. No estado de Sergipe temos um trabalho da Petrobras como uma empresa estatal tendo uma relação estratégica com a classe trabalhadora. O que resulta o favoristimo do PT em eleições anteriores com um grande desempenho”, finalizou.