Cólica menstrual não é frescura
Quer você queira ou não, miga, nosso corpo se prepara todos os meses para receber um bebê. O útero é revestido por uma camada chamada endométrio, que terá a função de nutrir o embrião. Quando seu organismo saca que não o óvulo não foi fecundado, ou seja, nada de gravidez por enquanto… ele libera uma substância pra contrair o útero e “descolar” essa camada “inútil”. Só que esse processo interno “aperta” nossos vasos sanguíneos e nervos do baixo ventre, provando a dismenorreia (a tal da cólica menstrual).
Daí a gente tá lá se contorcendo de dor abdominal, sentindo aquelas fisgadas que anunciam a chegada da menstruação nos próximos dias. E sempre tem alguém pra achar que não passa de exagero, recomendando uma bolsinha de água quente. Claro que, para algumas de nós, um simples analgésico alivia. Mas, para milhões de mulheres, a chamada TPM não é apenas um inconveniente corriqueiro – deixa de cama mesmo, provocando náuseas, dor de cabeça, inchaço etc.
“Cólica menstrual pode ser tão ruim quanto um infarto”. Quem afirma é o professor de saúde reprodutiva John Guillebaud, pesquisador da University College London. Em entrevista ao jornal britânico Telegraph, ele defende que a medicina precisa estudar o assunto e levá-lo muito mais a sério. Cólicas menstruais intensas podem indicar casos sérios de endometriose (que não tem cura nem é fácil de ser tratada) e câncer cervical.
Não, não é frescura. Embora até unidades de Pronto-Socorro pareçam minimizar o problema. Um estudo realizado nos EUA mostrou que um homem com dores abdominais leva em média 49 minutos para ser atendido, enquanto uma mulher com os MESMOS SINTOMAS precisa esperar 65 minutos. Será que se os homens menstruassem, se um em cada cinco sofresse com as contrações desse “parto de sangue”, o estereótipo do “mimimi feminino” iria pro lixo junto com seus absorventes usados?