Com possíveis complicações graves, herpes zoster pode atingir quem já teve catapora
Um projeto de lei publicado na última quarta-feira (19) no Diário Oficial do Estado busca instituir a Campanha de Conscientização sobre Zoster. No texto, o deputado estadual David Rios (Pros) justifica a proposta com a informação de que, a cada ano, são registradas cerca de 10 mil hospitalizações no sistema público de saúde por conta de varicela, mais conhecida como catapora, e herpes zoster. Estudos mostram que 20% da população mundial, em algum momento da vida, vai apresentar herpes zoster. Esse número cresce para 55% na população com mais de 60 anos. Ainda assim, grande parte da população não conhece a doença. De acordo com o infectologista Robson Reis, o herpes zoster é uma doença causada por um vírus da família herpes, chamado varicela zoster. “A primeira infecção causaria a varicela, chamada também de catapora. Mas o vírus não some totalmente do organismo, como as pessoas pensam. Ele fica no seu organismo no período de latência, como se estivesse ‘escondido’ no seu organismo. Quando a imunidade baixa, a pessoa pode desenvolver zoster”, explicou ao Bahia Notícias. “Se a pessoa tem herpes zoster, certamente teve contato previamente com a catapora. Mesmo que tenha contato com um paciente com herpes zoster, a pessoa desenvolve varicela, não herpes zoster”, completou. Ainda segundo o profissional, a enfermidade geralmente atinge pessoas com mais de 60 anos e com imunidade comprometida, seja devido ao uso de medicamentos imunossupressores, doenças inflamatórias, Aids ou outros fatores. Até mesmo o estresse intenso, em qualquer idade, pode contribuir para o aparecimento do problema. Quanto aos sintomas, as duas doenças causadas pelo varicela zoster são bastante similares. No entanto, enquanto a varicela apresenta vesículas de forma indiscriminada pelo corpo, o herpes zoster é mais localizado. “O diagnóstico é realizado com exame clínico. O médico já identifica logo que é herpes zoster. No início, o paciente pode aparecer com dor em um lado do corpo, sensibilidade. Alguns dias depois, ele já aparece com as lesões compatíveis com herpes zoster”, disse Reis. Casos mais graves podem ser registrados quando as lesões aparecem no rosto, já que a proximidade com o olho pode causar até mesmo cegueira. Além disso, também é possível que pacientes apresentem infecção na pele e nevralgia pós-herpética. “Esse é o fator mais comum e mais complicador. Diria que metade dos pacientes que têm herpes terão nevralgia pós-herpética, que é uma sensação de dor no local, que pode durar um mês ou até a vida inteira”. Independente do uso de medicação para tratamento dos sintomas, a doença dura em média sete dias. O fator mais importante para evitar o herpes zoster é a vacinação contra catapora durante a infância.