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25 September 2024
Casas de aluguel/ Foto reprodução

Com queda real de 12,66%, aluguel tem primeiro recuo em 7 anos.

Em 2015, ano em que a inflação atingiu o maior patamar em 13 anos, de 10,67%, o preço médio dos aluguéis registrou queda real de 12,66%, de acordo com dados do Índice FipeZap, que acompanha o comportamento do mercado imobiliário em nove cidades do país.

Mesmo sem considerar a correção da inflação, o valor dos aluguéis caiu, em média, 3,34%, no primeiro resultado negativo anual desde o início da série, em 2008. Em três cidades pesquisadas houve queda nominal de preços: Rio, São Paulo e Santos.

De acordo com Bruno Oliva, economista da FipeZap, embora existam diferenças entre os mercados de cada cidade, a tendência é que os preços voltem a cair neste ano. Em dezembro, o preço nominal dos aluguéis recuou 0,04% em relação a novembro. Foi a oitava queda seguida no indicador na mesma base de comparação.

— Os ventos mudaram de direção. A oferta cresceu muito. Inicialmente, isso foi resultado do bom momento que tivemos, em que muitos investidores compraram imóveis. Agora, ninguém quer ficar no prejuízo. Para não vender barato, a alternativa é alugar. A procura caiu consideravelmente em razão da situação econômica do país, com desemprego, encolhimento da renda e perda de confiança — avalia Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secov-Rio).

Em dezembro, o retorno médio anualizado dos aluguéis ficou em 4,6%. No Rio de Janeiro a rentabilidade ficou em 4%, um pouco abaixo da média das nove cidades pesquisadas, que incluem ainda Santos, Salvador, São Paulo, Campinas, Porto Alegre, São Bernardo do Campo, Brasília e Curitiba.

O Rio de Janeiro permanece, porém, como a cidade com preço médio por metro quadrado mais alto, de R$ 37,79, em dados de dezembro. Na média das cidades pesquisadas, o valor foi de R$ 32,28 por metro quadrado. O aluguel mais barato foi registrado em Curitiba, de R$ 16,64 por mês.

O economista ressalta que, assim como as demais cidades, o Rio sofre o efeito do aumento da oferta. Quem não consegue vender pelo preço esperado, acaba optando pela locação para não arcar com despesas como IPTU e condomínio.

O índice considera apenas preços anunciados para novos aluguéis, ou seja, não inclui a variação dos contratos vigentes.

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