Com subestação moderna, Fonte Nova está pronta para as Olimpíadas
Da subestação, saem dez circuitos alimentadores, sendo dois exclusivos para atendimento ao estádio e os demais para interligação à rede elétrica
Quando os holofotes da Arena Fonte Nova se acenderem em agosto do ano que vem para a realização de dez jogos de futebol das Olimpíadas 2016 os artistas da bola vão brilhar em campo. Graças a um investimento de R$ 40 milhões da Coelba na construção de uma subestação de grande porte, a Arena Fonte Nova tem a garantia de fornecimento de energia. Luz é o que não falta ao principal palco do esporte baiano. Apenas 3 megavolt ampére (MVA), de um total de 50 MVA, ficam na Arena. O restante fornece aos bairros da região energia suficiente para abastecer um município do porte de Vitória da Conquista, com mais de 300 mil habitantes.
Da subestação, saem dez circuitos alimentadores, sendo dois exclusivos para atendimento ao estádio e os demais para interligação à rede elétrica existente, por meio de chaveamentos automatizados. Isso aumenta a confiabilidade do sistema elétrico na região vizinha e reduzirá o tempo para o restabelecimento da energia, em caso de interrupções.
“Toda essa estrutura já está pronta. Foi implantada durante os preparativos para a Copa do Mundo e atende a Fonte Nova e os baianos”, destaca o gerente do Departamento de Planejamento de Rede da Coelba, Joe Tavares. Segundo ele, a estrutura dá suporte para a Arena receber qualquer tipo de evento.
Além da subestação, o projeto de abastecimento do local conta com uma linha de alta tensão de 69 mil volts, subterrânea e com um total de 4 quilômetros de extensão. “Nós não temos, por exemplo, o risco de a queda de uma árvore vir a interromper o fornecimento de energia. Isso dá uma segurança muito grande ao sistema”, explica Tavares.
Segundo ele, a estrutura implantada é a mais moderna para este tipo de serviço. É a primeira no mundo a contar com dois transformadores de força (de 25 MVA de potência cada), isolados a seco, que operam sem o uso de óleo mineral isolante. Fabricados pela empresa ABB, essa solução favorece o meio ambiente e evita o risco de incêndio. Além disso, os equipamentos são totalmente automatizados.
“A utilização dos mais avançados recursos tecnológicos na subestação Fonte Nova oferece maior confiabilidade no suprimento de energia ao estádio e aos bairros vizinhos”, diz.
A escolha do nível inferior para o equipamento de última geração atende requisitos de segurança e tem a ver com o que a Coelba espera em relação ao seu serviço, diz Joe Tavares. “O nosso trabalho é atender sem sermos notados”, afirma.
Sistema integrado
E por falar em segurança, ele explica que diversos equipamentos do local foram construídos em duplicidade. Se uma falha, o outro garante o abastecimento. “O risco é mínimo, porque nós trabalhamos com várias reservas de contingência. Temos dois transformadores, por exemplo. Se um para, o outro entra em operação instantaneamente”, explica.
Esse padrão de contingência, com mais de um equipamento para garantir o abastecimento energético, foi implantado na Fonte Nova por uma exigência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), lembra o gerente da Coelba. Mas o padrão não se restringe à Arena. Segundo ele, na maior parte dos bairros de Salvador, a estrutura é parecida, com reserva para os casos de contingências.
“Esse esquema de trabalho com reservas já está presente na maioria de nossos circuitos. Se você prestar atenção, a maior parte das interrupções de energia atualmente acontece por um curto espaço de tempo, às vezes por poucos segundos”, diz. Isso ocorre, segundo ele, porque quase simultaneamente ao desligamento, o sistema redireciona a energia de um outro local para aquele. “Em praticamente toda a cidade, nós temos como transferir a carga de um local para o outro porque temos um sistema interligado, automatizado e com várias frentes”, explica.
Apesar de toda a estrutura já implantada, no período dos Jogos Olímpicos, a Coelba pretende reforçar a presença de pessoal tanto na Arena Fonte Nova quanto em outros lugares considerados importantes para o sucesso do evento, como o Aeroporto Internacional de Salvador, hotéis, hospitais e pontos em que se espera um grande fluxo de pessoas. “Nossas equipes serão reforçadas. Mesmo nos locais em que a operação é automatizada, nós iremos manter técnicos a postos, para o caso de eventualidades”, explica.