Contra violência, 15ª Parada LGBT da BA reúne multidão: ‘essa é nossa luta’
Espaço tradicional de protestos e movimentos populares, o bairro do Campo Grande, em Salvador, recebeu a bandeira do arco-íris em celebração a 15ª Parada do Orgulho LGBT entre a tarde e anoite deste domingo (11). Com o público previsto de 900 mil pessoas, segundo a organização, a festa levou para ruas lésbicas, gays, travestis, transexuais, transgêneros e simpatizantes que, em coro, pediam o fim da violência.
“É possível viver em um mundo sem violência. A nossa luta não é só contra a violência contra a nossa população. A nossa luta é contra qualquer tipo de ódio”, afirmou Keila Simpson, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTT).
Embora os participantes peçam o fim de qualquer tipo de violência, a 15ª edição da festa soteropolitana destacou os crimes contra dois públicos específicos. “Viver sem Violência é Direito de Travestis e Pessoas Trans”.
Às vésperas de completar 62 anos, a transformista Alan Layde celebrou mais de 40 anos de carreira em palco montado em frente à Praça Dois de Julho. Ela fez uma apresentação em homenagem à Tina Turner. “Comecei em 75 trabalhando no circo. No próximo dia 25 vou fazer 62 anos. Sou uma das mais velhas ativas. Não tenho vergonha de ser o que sou”, afirmou.
“As minhas músicas em si já passam essa mensagem”, atestou. Ela deu como exemplo a canção “De Pés no Chão”, em que destaca os “lacinhos cor-de-rosa e também do sapatão”, em referência às mulheres lésbicas. Dentre os trios presentes na festa, um deles reuniu o coletivo “Mães da Diversidade”, grupo que conta com 32 mães e cinco pais de pessoas LGBT que lutam pelo respeito à diversidade.
A atriz Tânia Toko, que viveu uma personagem lésbica no filme ‘Ó Pai Ó’ (Neuzão), também participou do evento. “Neuzão é lésbica, homossexual, que vive em sociedade e do negócio dela. É uma pessoa que a sociedade busca por ela”, contou do posicionamento firme da personagem diante de uma sociedade homofóbica.
Integrante do Grupo Gay da Bahia (GGB), Genilson Coutinho contou que a festa está há 15 anos nas ruas em busca de respeito para o público LGBT. “É uma festa para promover a conscientização nas pessoas. É uma festa do Direitos Humanos”, relatou.