Degradação do Mercado Popular em Salvador é um caso de saúde pública
Fora isso, as aberturas das laterais do mercado facilitam a entrada de pombos e o ambiente está infestado de aves. Em vários boxes, os donos colocam jornais em cima dos balcões e cobrem os frutos do mar para são serem atados pelas fezes dos animais.
Uma mulher que fazia compras de peixes disse que é cliente do mercado desde quando foi inaugurado e também se queixou da sujeira. “Já cansei de presenciar ratos e baratas correndo aqui em meio à sujeira. Acho que deveria ter uma fiscalização mais rígida da Prefeitura e dos órgãos da Vigilância Sanitária. Gosto de comprar peixes frescos e camarões, mas, realmente, precisa ser reformada e melhorada essa estrutura, para que possa oferecer um ambiente limpo”, ressaltou a professora Sara Freitas, 46 anos.
Restaurantes fecham as portas
O Mercado Popular foi inaugurado em 2003 e somente em 2007 passou por uma reforma superficial. “Aqui era um local prazeroso de visitar. Pessoas da alta sociedade frequentavam o mercado e escolhiam os frutos do mar fresquinhos. A atuação da Prefeitura era muito boa e a limpeza e as condições de higiene eram imprescindíveis. Desde o mandato do prefeito João Henrique que começou a deixar de lado a fiscalização e as condições de limpeza foi se degradando”, ressaltou uma permissionária, que temendo represália, preferiu não se identificar.
Devido às condições de higiene, segundo os trabalhadores do mercado, dois grandes restaurantes deixaram de funcionar há quase dois anos. Eles disseram que várias autoridades políticas marcavam encontros nos restaurantes para discutir os feitos políticos. “Já foi muito frequentado pela alta corte política, inclusive, pelo falecido ACM, e, hoje, as pessoas estão se limitando em comprar aqui por conta de toda essa degradação. Quem vai querer investir em um restaurante aqui com essas condições de higiene e essa fedentina?” perguntava a permissionária.
Cada pessoa permissionária paga um preço mensal que varia de R$ 60 ou mais de R$ 100, dependendo do tamanho do box. Ontem pela manhã, só tinha um rapaz fazendo a limpeza. Durante a semana, segundo informações dos vendedores, outros dois ajudam no asseio, mas, faltam contêineres para armazenar o lixo de forma adequada.
“É preciso que a Prefeitura fiscalize esse local. Por falta de segurança, os contêineres foram roubados e a câmera danificada e depredada. Esse mercado faz parte histórica de nossa cidade e não é possível que os governantes sejam omissos e deixem chegar a esse ponto”, contestou um dono de box.
Por todos os lados é nítida a situação de degradação. Paredes com infiltração e goteiras pingando o tempo todo. As fiações estão expostas e as grades ao lado do mercado, quebradas. Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a secretária Rosema Maluf, da Semop, mas, pelo fato de ser domingo, não houve resposta às ligações.