"Quatro coleguinhas da minha sala me bateram. Me pegaram no intervalo e me bateram". Este foi o relato de uma menina de seis anos, estudante do Colégio Marista, feito à mãe, na última quinta-feira (15). "Levei duas horas para fazer ela me contar isso. Desta vez, ela hesitou a falar", contou a mãe da criança ao site Bocão News, na manhã desta terça-feira (20), afirmando que a filha já havia sofrido agressão dentro do Marista.
A mãe relata o caso: "Minha filha, desde quando entrou teve problemas. O primeiro foi quando ela me disse que estava sofrendo bulling. Contou que duas meninas da sala dela ficavam dizendo que não iam brincar com ela porque ela era a menor do grupo. E ainda disseram que se ela contasse pra a professora ela ia sair do grupo e nenhuma menina da sala ia falar com ela. Fui na escola e conversei com a coordenadora, que disse que ia verificar o ocorrido, conversar com todas e que me daria um retorno. Retorno este que nunca tive do Marista", criticou
Ainda reclamando do posicionamento da escola, a mãe disse que é presente na vida da filha e que sempre conversou para que a criança não se importasse com isso. "Mas, chego um dia em casa à noite do trabalho e minha filha me mostra um relatório da escola dizendo que ela tinha machucado o olho. Quando ela me relatou que foi machucada. Um colega dela de sala deu um murro no olho dela. Motivo? Ele queria ficar na frente de minha filha na fila na hora da entrada na sala e mais uma vez não tinha nenhum auxiliar por perto e não viu o ocorrido. Então, ela foi chorando falar com a professora que apenas conversou com o menino e foi levada à enfermaria. Fui com meu marido no dia seguinte à escola e disse à coordenadora que está um absurdo os acontecimentos e que estão sem controle algum sobre os alunos, além do número de auxiliares estar inferior ao necessitado para atender à quantidade de alunos no Marista. Sabe qual foi a resposta que me deram? Que o menino tem 6 anos e que não sabe se expressar. Saí de lá dizendo que queria um retorno e me chamaram para uma reunião e disseram que os pais mandaram me pedir desculpas", relatou a mãe que preferiu não ter a identidade revelada.
Entretanto, segundo a mãe, um fato novo foi o estopim para que a criança fosse retirada do Marista. De acordo com a denunciante, na úlitma quarta-feira (14), a menina apanhou de quatro colegas no pátio e ninguém da escola interveio. "Já estava desacreditada da escola e pensei em tirar ela de lá. Só que ia fazer isso no final do ano. Quando chego em casa e vejo as marcas no corpo de minha filha. Enlouqueci! Depois de umas duas horas conversando com minha filha, eu e minha mãe tentando fazer ela contar e eu já chorando de desespero. Aí ela me contou que quatro meninos da sala dela estavam pegando ela a força para beijar na boca e, por isso, ela contou para o diretor. Contou para ele que estava muito triste pois os meninos estavam pegando ela a força e ela não queria. Ela contou ao diretor, pois ele tem o costume de passar nas salas para ver as coisas. Aí ele mandou ela falar com a professora", disse.
De acordo com a mãe da criança, "os meninos viram quando minha filha contou o caso para o diretor e na hora do intervalo bareram nela. Bateram e ainda ameaçaram dizendo que se ela voltasse a contar ia se ver com eles novamente e beijaram ela à força. Eles saíram e deixaram ela no chão, que se manteve sentada abraçando a perna e de cabeça entre os joelhos chorou baixinho para ninguém ver, pois estava morrendo de medo. Parecia que tinham batido nela com um fio", contou.
Conforme a mãe, ela e o esposo foram à escola e conversaram com as coordenadoras que afirmaram relatar o fato aos pais dos alunos. "Questionei novamente das auxiliares e se elas estavam no local na hora que bateram em minha filha e disseram que não viram o ocorrido. Não tive resposta. Mostrei as fotos das marcas no corpo de minha filha e nada me responderam. Na sexta (18), fui ao Marista novamente e conversei com o diretor. Ele me disse que a escola protege sim os alunos e deu a entender que já tínhamos resolvido o assunto tirando a criança da escola", denunciou.
A mãe, que enviou as fotos a um site disse que não irá processar o Marista, porém vai dar uma queixa no Conselho Estadual de Eduacação contra o colégio. Para a mãe, a preocupação é com a atitude das crianças de apenas seis anos e que agridem o colega. "Sáo crianças? Eles têm noção do que estão fazendo. Um deles foi o mesmo que deu o murro nela", afirmou, ressaltando que tirou a filha do Marista por medo. "Fiquei com medo que ela fosse perseguida. Isto é um absurdo e não pode se repetir", reforçou.