Deputado Professor Israel assume homossexualidade em entrevista
O deputado Professor Israel Batista (PV-DF) assumiu publicamente, pela primeira vez, sua homossexualidade durante entrevista ao jornal “Correio Braziliense”. O parlamentar, que preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil), tem se destacado como uma das vozes contrárias à PEC 32, da reforma administrativa, que deve ser votada no Plenário da Câmara dos Deputados.
“Não preciso ser mulher para defender os direitos das mulheres. Não preciso ser preto para defender uma pauta antirracista. Não preciso sofrer perseguição para exigir tolerância, respeito”, disse o parlamentar ao jornal. “E não precisaria nem ser gay para defender os direitos humanos, a comunidade LGBTQIA+, no país que mais mata gays na América”. O parlamentar brasiliense também revelou que namora um funcionário do Senado.
Apesar de dizer que se mantém alerta e não aceita piadinhas a respeito, o deputado reconheceu que ameaças e constrangimentos sobre sua orientação ocorrem no ambiente da Câmara. O parlamentar parabenizou a decisão do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de também assumir publicamente sua orientação sexual, e indicou que o momento atual que passa o Brasil é de combate contra o que chamou de “barbárie”, representado nas ideias e ações do presidente Jair Bolsonaro.
Foram as falas homofóbicas do presidente, inclusive, que motivaram o deputado a tratar publicamente do tema. “É como se o valentão da escola tivesse chegado ao poder”, resumiu.
O diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+, presidente da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas, Toni Reis, parabenizou o deputado pela postura. “Com todas as ‘pedras’ que atirarem em você por este gesto, construa uma bela ‘fortaleza’ e/ou um ‘castelo’ para ser feliz com seu namorado. Seu gesto ajudará muito os direitos humanos e a educação, principalmente mostrar que nós gays estamos em toda as famílias, sejam elas cristãs ou não”, disse Toni. “Aceitar é de coração. Respeitar é uma obrigação. Direitos iguais, nem menos, nem mais.”