Desapropriação para instalar BRT na capital é descartada
Reunião no Parque da Cidade contou com o titular da Semut, Fábio Mota (2º à esq.), técnicos e repres (Foto:Raul Spinassé)
Não haverá desapropriações para a implantação do projeto Corredores do Transporte Público Integrado (BRT).
A informação foi divulgada na sexta-feira, 30, pelo titular da Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (Semut), Fábio Mota, durante audiência pública realizada para expor os impactos ambientais causados pelo modal. A reunião foi no auditório do Parque da Cidade, no Itaigara.
Apresentados para uma plateia parcialmente esvaziada, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) apontaram também que as principais interferências no meio ambiente serão a derrubada de árvores exóticas e o tamponamento parcial do canal Lucaia.
Para evitar desapropriações, serão utilizadas nove estações de BRT (Bus Rapid Transit) ao longo de 8,6 km entre a Lapa e o Iguatemi, em vias já consolidadas: Dique, Hospital Geral do Estado (HGE), Ogunjá, Rio Vermelho, Lucaia, Ceasinha, avenida ACM, Hiper e Iguatemi.
O projeto foi concebido para contemplar três trechos. O primeiro vai da Estação da Lapa até as avenidas Vasco da Gama e Lucaia, onde ocorre conexão com as avenidas Juracy Magalhães Jr. e ACM até a Ligação Iguatemi-Paralela.
Para minimizar os impactos ambientais, os estudos consideraram a supressão de árvores exóticas (não nativas), como amendoeiras. Em relação ao tamponamento de parte do canal Lucaia, o titular da Semut afirma que o projeto contempla a legislação ambiental.
Tempo reduzido
As obras, orçadas em R$ 800 milhões – com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana, da Caixa Econômica Federal e do município -, devem começar a ser executadas a partir de 2015, com a construção dos viadutos.
A ideia do projeto, diz Mota, é fazer com que o percurso Lapa-Iguatemi, por onde devem passar cerca de 35 mil pessoas por hora, seja realizado em apenas 16 minutos via BRT. O trecho contará, ainda, com três viadutos (Garibaldi, Parque da Cidade e Iguatemi) e cinco elevados.
"O intuito é melhorar o transporte público da cidade, o que vai beneficiar também quem anda de carro, já que estudamos a possibilidade de eliminar semáforos e fazer o trânsito circular livremente", argumentou Mota.
Questionado sobre a necessidade de o projeto contemplar regiões mais afastadas, como o subúrbio e Cajazeiras, Mota afirmou que os corredores exclusivos irão se conectar com vias transversais. "É um modal que vai se interligar com outras avenidas, como a Gal Gosta, e a BR-324", concluiu.
Origem
Originado em Curitiba (PR), em 1974, pelo então prefeito Jaime Lerner, o sistema BRT também foi adotado em cidades como Bogotá (Colômbia), Pequim (China), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ), para transportar passageiros de forma rápida em vias segregadas.
Na concepção original, a ideia do criador era transferir a mesma qualidade do transporte sobre trilhos para o sistema viário, de maneira rápida, confortável, segura e eficiente, fazendo dessas características atrativos ante o transporte individual via automóvel.
Nesse modelo de mobilidade urbana, as estações são fechadas e do mesmo nível dos veículos para dar maior segurança aos usuários de transporte público, com o objetivo de diminuir os tempos de embarque e desembarque dos passageiros.