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30 October 2024

Designer faz sapatos artesanais sob medida

A  designer Lu Pires prefere definir o seu trabalho na Amarelo Produções Criativas como um estado de espírito. Os sapatos artesanais criados por ela expõem a demanda por reforçar a identidade pessoal nos looks com peças exclusivas.

“Não costumo dizer que a Amarelo está relacionada, especificamente, à moda. Prefiro afirmar que  é um estado de espírito. Quando saio de casa,  quero vestir alguma coisa que me represente.  Existe essa linguagem imediata que é a imagem”, detalha Lu Pires.
 
Há sete meses, a designer se dedica à tarefa de desenvolver tênis feitos à mão como reverberação da sua criatividade. Ela ressalta que as etapas produtivas são feitas com a colaboração daqueles que se interessam pelos produtos.

“O processo de produção demora cerca de um mês. Nesse período, eu troco informações com os colaboradores. A ação do outro é: escolher a cor, decidir entre os  tecidos que apresento. E também  escolher entre um ou outro solado. Existe um processo de construção em conjunto”, explica. 

Os interessados podem dialogar com a designer preferencialmente pela página oficinal no Facebook (Amarelo Produções Criativas) ou através do Instagram (@amarelopcriativas). Após isso, o caminhar da confecção fica mais próximo pelo número de Whatsapp. 
 
Em busca da técnica

Depois de uma experiência num curso de teatro de rua, Lu decidiu se aventurar pelos universos do figurino e da cenografia. A partir daí, a imagem se tornou uma forte aliada.

“Em 2010, entrei no Centro Técnico do Teatro Castro Alves (TCA) como assistente de figurino. Passei quase dois anos naquele acervo fantástico. Por ser um espaço de engenharia teatral, tive contato com adereços, tecidos e técnicas”.
 
Logo em seguida, o mundo dos cenários passou a acompanhar a trajetória de Lu Pires. Ao lado da cenógrafa Renata Motta, ela foi a responsável pelo conceito de caixotes de madeira na gravação do DVD do cantor Saulo Fernandes, em 2013, na Concha Acústica.

“Nesse período,  fazia muitas compras grandes no Taboão para as produções cenográficas. E aí passei a conhecer muitos sapateiros”.  A baiana ficou cada vez mais convocada pelo universo dos sapatos. Começou a fazer intensas pesquisas na internet. Nessas  buscas virtuais, ela recolheu referências em países como Colômbia e Equador.

“Quando o primeiro sapato ficou pronto, os amigos mais próximos ficaram encantados e as encomendas começaram a surgir aos poucos”, conta. A costura à mão faz parte da linguagem da designer e todos os pés são medidos antes do início das confecções.

O reaproveitamento é outra forte característica da Amarelo. Lu Pires procura dar novo significado às peças de roupas que já não teriam utilidade. “Uma calça que se transforma em short e depois vira tênis. Você vai esgotando as possibilidades das peças. As modelagens surgem ao longo do processo criativo”, completa.