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24 November 2024

DF: menina que viu garoto ser morto e esquartejado depõe à polícia

Segundo o Conselho Tutelar de Samambaia, por causa de alienação parental feita pela mãe, a criança ainda tem resistência a morar com o pai. Psicólogos trabalharão na reconstrução do vínculo dos dois

A menina de 8 anos que presenciou o esquartejamento e morte de Rhuan Maycon da Silva Castro, 9, foi ouvida por conselheiros tutelares e por por investigadores do caso na manhã desta segunda-feira (03/06/2019). A criança chegou à 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) acompanhada do pai, o agente penitenciário de Rio Branco (AC) Rodrigo Oliveira.

Ele desembarcou em Brasília nesse domingo (02/06/2019), a fim de reencontrar a garota, sequestrada pela mãe, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, 28. A mulher confessou ter auxiliado a companheira Rosana Auri da Silva Candido, 27, a tirar a vida de Rhuan. O crime bárbaro ocorreu na sexta-feira (31/05/2019), em Samambaia Norte.

A equipe do Conselho Tutelar II de Samambaia explicou que, apesar do histórico de maus-tratos, não havia nenhuma denúncia formalizada na unidade de proteção aos direitos das crianças e adolescentes. A situação de vulnerabilidade de Rhuan tornou-se difícil de ser descoberta porque ele não frequentava a escola há mais de dois anos.

A conselheira Cláudia Regina Carvalho conta que a menina está fisicamente bem. De acordo com o relato da criança ao Conselho Tutelar, ela viu o cadáver já dentro da mochila e, depois, Kacyla e Rosana sendo detidas por policiais civis.

Alienação parental

Ainda de acordo com Cláudia Regina, em função do processo de alienação parental, a menina desenvolveu aversão ao pai e se recusa, neste momento, a morar com ele. “Será feito um trabalho psicológico para reconstruir o vínculo deles”, detalhou.

Ainda abalado, o agente penitenciário prefere não se pronunciar sobre o caso. Conforme relato dos conselheiros, a garota, de início, sequer queria conversar com Rodrigo. Durante todo o encontro, ela teria evitado olhá-lo no rosto. O que a fez ficar mais a vontade, de acordo com os profissionais, foi a presença de uma avó e de uma tia.

“Ela tem a figura masculina como agressora. Se refere ao irmão (Rhuan) como primo e estava ressentida. Disse que tinham desavenças, no entanto, não mencionou agressão por parte da mãe. Pelo contrário: falava dela com um grande carinho”, disse Cláudia Regina Carvalho

Torturado e degolado

O adjunto da 26ª DP (Samambaia Norte), delegado Guilherme Sousa Melo, pretende viajar nesta semana ao Acre para descobrir como era a vida das crianças antes de passarem a viver clandestinamente com Kacyla e Rosana Auri, mãe e assassina de Rhuan.