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21 September 2024

DH de Niterói faz operação contra milícia ligada a Orlando Curicica em Itaboraí

Renatinho Problema foi preso em dezembro do ano passado, acusado de participação na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, por ser o braço-direito de Curicica Foto: Reprodução

A Secretaria de Estado de Polícia Civil e Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), realizam, na manhã desta quinta-feira, uma operação para cumprir 74 mandados de prisão e 93 de busca e apreensão contra a milícia que atua em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. Denominada Operação Salvator, a ação tinha resultado na prisão de 42 pessoas até as 8h.

O principal alvo da operação desta quinta já foi preso. O PM Fábio Nascimento de Souza, conhecido como China, é apontado pela polícia como um dos chefes do grupo criminoso, que foi constituído como uma espécie de ‘franquia’ da milícia liderada por Orlando Curicica, acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Curicica está preso na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Curicica era apontado como fornecedor de armamento e ‘soldados’ para a milícia de Itaboraí, que é liderada por Renato Nascimento dos Santos, conhecido como Renatinho Problema ou Natan, que dava parte dos valores arrecadados na região a Curicica em troca de armas.

Ex-PM é preso em operção contra milícia em Itaboraí
Ex-PM é preso em operção contra milícia em Itaboraí Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Renatinho Problema, considerado um dos braços-direito de Curicica, está preso desde dezembro de 2019 e é acusado de participação na ação que resultou na morte de Marielle e Anderson. Orlando, apesar de também já estar preso, também é alvo de ação desta quinta.

Segundo as investigações, essa organização criminosa é responsável por inúmeros casos de homicídios, torturas, extorsões, desaparecimento de pessoas e cemitérios clandestinos. Entre os presos de hoje, está a ex-mulher do ex-PM Alexandre Louback, conhecido como Playboy. Louback, que também era alvo da operação, pulou do quarto andar do prédio onde estava, no Centro de Itaboraí. Mesmo com a queda, ele escapou do cerco e está foragido.

O delegado responsável pela operação, Gabriel Poiava, em entrevista o programa “Bom Dia Rio’, da TV Globo, destacou a grande quantidade de mulheres que atuavam como cobradoras de taxas impostas pelo grupo criminoso que é alvo da operação.

— Um outra coisa que prevalece nessa organização criminosa é o forte requinte de crueldade. Algumas vítimas foram torturadas e outras foram mutiladas — afirmou Gabriel.

Ainda de acordo como MP, os integrantes desse grupo criminoso são apontados como autores, em parceria com policiais militares, da maior chacina já ocorrida em Itaboraí, em 20 de janeiro de 2019, em que 10 pessoas foram mortas.

A ação desta quinta-feira conta com cerca de 300 policiais civis e 40 PMs, e tem o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Milita