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29 September 2024

Dólar dispara e fecha a R$ 5,41 pela 1ª vez na história

No ano, a divisa acumula valorização de 35%, ficando R$ 1,40 mais cara.

ÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cotação comercial do dólar teve forte alta de 1,95% nesta quarta-feira (22), a R$ 5,4120 novo recorde nominal (sem contar a inflação). Na máxima do dia, a moeda foi a R$ 5,4160. O turismo está a R$ 5,65 na venda. No ano, a divisa acumula valorização de 35%, ficando R$ 1,40 mais cara.

 

Em termos reais (corrigidos pela inflação), o dólar ainda está longe de sua máxima de 2002. Se for considerado apenas o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, o pico de R$ 4 naquele ano, equivale a cerca de R$ 10,80 hoje. Caso também seja levada em conta a inflação americana, o valor corrigido seria cerca de R$ 7,50.

A desvalorização de 3,3% do real ante a moeda americana nesta semana reflete uma precificação de investidores de um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros brasileira (Selic) na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), em 6 de maio, o que levaria o juro para 3% ao ano.

Segundo analistas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deixou claro ao mercado, em videoconferências na segunda (20), de que a instituição deve fazer novos cortes na Selic e que, mesmo com o juro baixo, a política monetária ainda pode estimular a economia.

Para Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio e sócio da Frente Corretora, novas reduções não devem surtir efeito.

“O corte na Selic não reflete na economia real porque não está sendo repassado. Os bancos estão subindo juros. Cortes de juros funcionam apenas em países com sistemas financeiros mais desenvolvidos, que têm concorrência bancária.”

Campos Neto também apontou que o cenário mudou desde a última reunião, em 18 de março, e está favorável a novas reduções na Selic, com queda nas expectativas de inflação.

Segundo o boletim Focus, economistas preveem a Selic a 3% ao fim de 2020. Dentre os cinco economistas que mais acertam, a projeção é de 2,50%.