Dólar sobe e supera R$ 3,90 de olho no mercado internacional
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subia e já operava acima de 3,90 reais nesta segunda-feira, de olho no mercado internacional em meio às preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e com o enfraquecimento econômico global.
Às 10:25, o dólar avançava 0,28 por cento, a 3,9009 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,39 por cento, a 3,8902 reais. O dólar futuro tinha desvalorização de cerca de 0,2 por cento.
“Dado que não temos muito o que esperar no curto prazo (no mercado local), estamos ligados ao externo. E não acredito que o investidor esteja colocando muito prêmio”, disse o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado ao destacar que pontos importantes, como a reforma da Previdência, só devem ocorrer no próximo ano.
“O único fato mais relevante e capaz de garantir um eventual rali até o fim do ano seria um Federal Reserve sendo ainda mais claro em sua leitura de desaceleração do ritmo de aperto monetário atual”, acrescentou ao citar o encontro de política monetária do banco central dos Estados Unidos nos dias 18 e 19 de dezembro.
Após discursos recentes de autoridades da instituição sobre proximidade da taxa de juros neutra, há expectativa de que o Fed sinalize o fim do ciclo de aperto monetário.
Os investidores estão cautelosos com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que ganhou um adicional com a prisão de executiva da empresa chinesa Huawei, o que levanta preocupações de que a trégua acertada entre os presidentes das duas nações no G20 não sirva para se chegar de fato a um acordo.
Há ainda a preocupação sobre a desaceleração econômica mundial, sobretudo depois que a China mostrou exportações e importações crescendo muito menos do que se esperava em novembro, já refletindo o desaquecimento gerado pela briga comercial e que tem o agravante de que o país registrou maior superávit com os Estados Unidos no mês passado.
O dólar operava em alta ante a cesta de moedas e ante outras divisas de países emergentes, como o rand sul-africano.
Internamente, o foco se voltava para as denúncias envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito e filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, que podem impactar o futuro governo.
No Infomoney: Ibovespa busca forças para subir após forte queda na semana passada, mas esbarra em tensão externa
SÃO PAULO – O Ibovespa oscila entre leves perdas e ganhos nesta segunda-feira (10), sem forças para registrar ganhos após a queda de 1,6% registrada na última semana e com as tensões comerciais entre EUA e China voltando a ganhar destaque nos mercados, o que se somou a dados abaixo do esperado para a economia chinesa.
O índice é pressionado pela Petrobras (PETR3;PETR4), que passou a registrar queda de 1% em meio à forte baixa de quase 2% do petróleo. A commodity tinha registrado fortes ganhos na última sessão com o acordo da Opep para corte de produção, mas voltou a registrar queda em meio à perspectiva de demanda fraca para 2019.
Com isso, às 10h41 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa registrava leve queda de 0,09%, a 88.037 pontos, enquanto o dólar comercial registrava alta de 0,37%, a R$ 3,905 na venda.
No exterior, enquanto os principais índices futuros americanos registram baixa de cerca de 0,3%, as bolsas asiáticas tiveram baixa ainda mais expressiva nesta segunda-feira, após mais um tombo nos mercados de Nova York na última sessão e na esteira de dados bem mais fracos do que se previa da balança comercial chinesa.
Leia a notícia na íntegra no site do Infomoney.
Economistas passam a ver Selic mais baixa em 2019 com cenário de inflação cada vez mais fraca, mostra Focus
SÃO PAULO (Reuters) – Com o cenário de inflação cada vez mais fraca, os economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central ratificaram a expectativa de manutenção da taxa básica de juros nesta semana e ainda reduziram a projeção para 2019.
O levantamento divulgado nesta segunda-feira mostrou que a perspectiva é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mantenha a Selic em 6,5 por cento na quarta-feira.
Além, disso, os especialistas consultados passaram a ver que a taxa encerrará o próximo ano a 7,5 por cento, contra 7,75 por cento estimados anteriormente.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também vê a Selic a 6,5 por cento neste ano e elevou a estimativa para 2019 a 7,25 por cento, de 7,00 por cento na semana anterior.
O resultado fica em linha com pesquisa da Reuters divulgada na semana passada, segundo a qual todos os 35 economistas consultados veem manutenção da taxa esta semana e apenas quatro de 33 economistas que responderam a uma questão adicional esperam que o BC eleve os juros antes do segundo semestre de 2019.
As pressões inflacionárias no país seguem fracas e permitem esse movimento pelo BC. No Focus, a projeção para a alta do IPCA em 2018 foi reduzida pela sétima semana seguida, a 3,71 por cento, de 3,89 antes. Em novembro, o índice que baliza a meta do governo recuou 0,21 por cento, maior deflação para o mês em 24 anos, levando o acumulado em 12 meses a 4,05 por cento.
Para 2019, a conta na pesquisa do BC caiu a 4,07 por cento, de 4,11 por cento no levantamento anterior. O centro da meta oficial de 2018 é de 4,50 por cento e, para 2019, de 4,25 por cento. A margem de tolerância para ambos os anos é de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa agora é de um crescimento de 1,30 por cento este ano, 0,02 ponto percentual a menos, e de 2,53 por cento no próximo, sem alteração.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,83 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de 10,373 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Índices chineses fecham em queda com dados fracos e prisão de executiva da Huawei
XANGAI (Reuters) – Os índices acionários chineses fecharam em queda nesta segunda-feira, uma vez que dados decepcionantes de inflação e comércio se somaram às preocupações sobre a desaceleração do crescimento e ao receio de que a prisão de uma executiva da Huawei possa intensificar a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 1,2 por cento, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,8 por cento.
O subíndice do setor financeiro recuou 1,2 por cento, o de consumo teve queda de 1,5 por cento, o setor imobiliário caiu 1,7 por cento, enquanto o subíndice de saúde recuou 1,9 por cento.
As exportações chinesas denominadas em dólar em novembro cresceram 5,4 por cento em relação a um ano antes, enquanto as importações avançaram 3 por cento, ambas muito abaixo das expectativas dos analistas, mostraram dados oficiais divulgados no sábado.
Os preços de produtor na China subiram em novembro no ritmo mais lento desde outubro de 2016, com a demanda doméstica perdendo mais força. A inflação ao consumidor diminuiu em relação ao mês anterior, devido à queda nos preços dos alimentos, segundo dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística no domingo.
A vice-presidente financeira da Huawei Techonologies está lutando para ser libertada sob fiança depois que foi presa em 1º de dezembro em Vancouver a pedido dos Estados Unidos. Sua prisão gerou temores de possíveis retaliações contra as empresas norte-americanas na China.
. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 2,12 por cento, a 21.219 pontos.
. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,19 por cento, a 25.752 pontos.
. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,82 por cento, a 2.584 pontos.
. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,16 por cento, a 3.144 pontos.
. Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,06 por cento, a 2.053 pontos.
. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,16 por cento, a 96.647 pontos.
. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,24 por cento, a 3.072 pontos.
. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 2,27 por cento, a 5.552 pontos.