Duda Sanches quer defender o indefensável: 75 milhões desviados da saúde municipal
A população do subúrbio e de mais dois bairros de Salvador está insatisfeita com os serviços prestados pelo Instituto Médico Cardiológico da Bahia (IMCB). As principais denúncias realizadas são contra o atendimento deficiente, a falta de médicos e remédios na unidade.
Três unidades são administradas pelo IMCB, que está sendo alvo de investigação sobre um esquema criminoso de desvio de verba do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Operação Copérnico. O instituto se relacionava com ao menos 15 empresas verdadeiras e fantasmas, todas registradas em nomes de laranjas.
Segundo informações da chefe da delegacia de combate à corrupção e desvio de recursos públicos, Luciana Matutino, os laranjas, em torno de 17 pessoas, eram beneficiários do Bolsa Família, de baixa renda e escolaridade. “Existe o líder da organização criminosa, que era o real beneficiário das fraudes e do superfaturamento, e essas outras pessoas recebiam muito pouco do valor desviado”.
Dos 24 mandados de busca e apreensão estão incluídas três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Salvador: San Martin, Periperi e São Cristóvão. “Essas unidades são administradas por essa entidade principal investigada. Não significa que tem envolvimento da prefeitura”, disse a delegada.
Ultimamente a população tem feito manifestações cobrando esclarecimentos, e pedindo que a prefeitura retire o Instituto responsável por administrar as UPAs já que a empresa está envolvida.
Nossa equipe tem entrevistado vereadores da oposição para cada um dar seu parecer sobre a denúncia, já que é dever do vereador cobrar e questionar assuntos relacionados às verbas públicas.
Desta vez entrevistamos o vereador Duda Sanches (DEM) que faz parte da base aliada ao prefeito ACM Neto e também é coordenador da Caravana da Saúde e Presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Salvador.
Em entrevista, o edil informou que além da imprensa estar acompanhando, a Câmara municipal está ativa para que nada venha a passar em branco.
“A gestão do prefeito ACM Neto não defende ninguém, independente do tempo que se conhece ou a intensidade desta relação, o que a gente defende é que tudo que seja feito de errado, seja penalizado com a prisão ou com que a justiça venha penalizar”, defendeu.
Ao ser questionado sobre a falta de transparência da secretaria de Saúde do Município e o parecer que está aberto junto ao Ministério Público do Estado, na qual a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) abriu e que promete mover uma ação junto ao Ministério Público Federal, Duda informou que todo processo de entrada de empresa passa por licitação.
“Independente do que o Instituto tenha feito ou o que aconteceu, é preciso seguir as regras e a lei. A lei permitia que esta empresa fizesse parte do quadro das empresas que trabalham com a saúde. Dessa forma, o secretário não poderia escolher, por conhecimento, se diante ela está nos olhos da lei. Se ela pode participar, uma vez que pôde e ganhou, a gente tem que cumprir a lei. O que importa é que a secretaria não está, de forma nenhuma, deixando de contribuir com a investigação. Uma grave denúncia dessa a gente tem que apurar. Esse é o momento de ver no que pode contribuir para esta investigação. O dinheiro público é do meu bolso, é do seu bolso e de todos os contribuintes”, concluiu.