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2 October 2024

É preciso qualificar os mecanismos de luta, diz Suíca em audiência sobre telecomunicações

“É preciso qualificar os mecanismos de luta da categoria junto ao sindicato. Acompanhar os resultados de lucros da empresa, assinar acordos com o patrão negociando com o sindicato e mobilizar parceiros são objetivos que podem ser buscados pelos trabalhadores para assegurar seus direitos”, enfatiza o vereador e líder da oposição na Câmara de Salvador, Luiz Carlos Suíca, em audiência pública realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (Sinttel), na tarde da última sexta-feira (28), no auditório da sede do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA). O evento reuniu representantes de empresas, movimentos sociais e trabalhadores para debater sobre os impactos das fusões entre empresas de telecomunicações aos funcionários e sociedade. Só em 2015, foram demitidos em todo o país mais de dois mil trabalhadores das empresas OI, Claro, Vivo e GVT.

O tema já é conhecido pelo MPT-BA, já que o setor de telecomunicações lidera em número de ações trabalhistas na Justiça. Frisando sobre a atuação do órgão, o procurador do trabalho Bernardo Guimarães destacou a disposição do órgão em atender e representar os trabalhadores quando necessário. O procurador reforçou a importância do que chamou de “profissionalização da categoria” para levar uma reivindicação à direção da empresa ou aos dissídios na Justiça. Mas, reconheceu a situação temerosa apresentada pelo Sinttel sobre as ameaças aos direitos trabalhistas, já que as fusões geram impasses nas transições entre primarizações e terceirizações das atividades destas empresas. “Os trabalhadores precisam se munir de ferramentas para que possam disputar interesses em condições equilibradas com a base patronal, o que justifica, inclusive, a realização desse evento”, completa o procurador.

Diretora do Sinttel apresenta demandas da categoria - FOTO Divulgação

A diretora do Sinteel-Bahia, Edla Rios, cobrou da Vivo a apresentação da base de cálculo do Plano de Demissão Voluntária (PDV) que, de acordo com a sindicalista, tem preocupado os trabalhadores da GTV. Com a fusão entre estas empresas, 70% dos funcionários da GVT passaram a manter vínculo de terceirização, contra 30% da Vivo. “Esse sigilo da empresa preocupa a categoria, porque o funcionário fica sem saber os rumos que terá no trabalho daqui para frente”, destaca. O Sinttel apresentou algumas denúncias, como por exemplo, o auxílio combustível oferecido pelas empresas de telecomunicações que está defasado desde 2012, a carga-horária de trabalho que foi estendida aos sábados, e a defasagem salarial e assédio moral.

Click Notícias/ Inf: Ascom