Elmar Nascimento afirma que União Brasil votará contra O que for ruim para o Brasil e bom para o PT
Após ser preterido do Ministério da Integração Nacional, mesmo com o apoio do líder do Centrão e presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado federal baiano Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Casa, afirmou que o partido vai votar contra as pautas defendidas pelo PT.
“O que for ruim para o Brasil e bom para o PT, a gente vota contra. A posição do partido é de independência”, declarou, em entrevista ao jornal O Globo. Elmar afirmou que o fato de o União Brasil ter ficado com dois ministérios não significa que a sigla aderiu à base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“As indicações não são partidárias, são convites pessoais do presidente Lula. Não há indicação de Executiva, de filiados. As votações, na Câmara e no Senado, vão mostrar a independência”, declarou.
Segundo o jornal, a rejeição do nome de Elmar, liderada pelo PT da Bahia, mesmo sendo unanimidade na bancada, foi vista como um desrespeito e uma afronta à legenda, que já tinha dificuldades para construir apoio incondicional ao governo eleito.
Uma história de críticas, inclusive recentes, feitas por Elmar a Lula e outros petistas criou uma resistência unânime ao nome do parlamentar entre os petistas baianos e de siglas tradicionalmente aliadas de Lula. Como já informou o Política Livre, essa resistência foi liderada pelo futuro líder do governo no Senado, Jaques Wagner, com o apoio do próximo chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Na avalição de integrantes da bancada do União Brasil, o presidente eleito terá que negociar intensamente para conseguir votos dos deputados da sigla. Com os ministérios que está dando ao partido – Integração Nacional, Comunicações e Turismo – Lula terá apoio da legenda no Senado, mas não garante unidade na Câmara. Coube ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) indicar o titular da pasta da Integração, o governador do Amapá Waldez Góes.
Deputados do União Brasil afirmaram ao jornal O Globo que, com exceção da Integração Nacional, rifada de Elmar e emplacada por Alcolumbre, o partido ficou com pastas pequenas. A leitura é que o Turismo, oferecido ao líder da sigla na Câmara e relator da PEC da Transição como prêmio de consolação – convite que foi negado -, tem orçamento ruim e baixo impacto político.
Já o Ministério das Comunicações, que foi oferecido a outro baiano, o deputado Paulo Azi, mas com convite recusado, é considerada uma pasta esvaziada com a retirada da Secretaria de Comunicação Social, que terá caráter de ministério.