Em reunião do G20, Bolsonaro fala em proteção de empregos
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em videoconferência com líderes do G20 sobre a resposta global ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu que o combate à pandemia venha acompanhado de medidas para estimular a economia.
Ele também, segundo relataram interlocutores à Folha, disse que as ações de proteção à saúde da população precisam estar aliadas a medidas de preservação de empregos.
A teleconferência foi realizada na manhã desta quinta-feira (26). Ela foi convocada pela Arábia Saudita, que detém a presidência temporária do grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta.
De acordo com membros do governo que seguem o tema, o presidente também utilizou o seu tempo de intervenção para destacar as pesquisas que estão sendo feitas com a hidroxicloroquina – substância que apresentou resultados promissores para o tratamento da Covid-19, mas cujos resultados não são conclusivos.
Em declarações recentes, o presidente tem defendido o uso do medicamento, que hoje é aplicado para o tratamento de malária e lúpus.
“O tratamento da Covid-19, a base de hidroxicloroquina e azitromicina, tem se mostrado eficaz nos pacientes ora em tratamento. Nos próximos dias, tais resultados poderão ser apresentados ao público, trazendo o necessário ambiente de tranquilidade e serenidade ao Brasil e ao mundo”, disse Bolsonaro, no dia 25 de março, em uma rede social.
Cada governante dispôs de três minutos para fazer as suas observações na teleconferência.
Os integrantes do G20 destacaram ainda na conversa que, durante a crise do coronavórus, é preciso manter os fluxos comerciais e preservar as cadeias de suprimento global.
Após a videoconferência, foi divulgado um comunicado conjunto, que trata o coronavírus como uma “pandemia sem precedentes”.
“O vírus não respeita fronteiras. O combate a esta pandemia exige uma resposta global com espírito de solidariedade, que seja transparente, robusta, coordenada, de larga escala e baseada na ciência. Estamos fortemente comprometidos a apresentar uma frente unida contra essa ameaça comum”, diz a declaração.
Os países também se comprometeram a “tomar todas as medidas de saúde necessárias e buscar garantir financiamento adequado para conter a pandemia e proteger as pessoas”; e a expandir a capacidade de produção para atender a demanda por suprimentos médicos, que deverão ser disponibilizados “a preço acessível de forma ampla e equitativa”.
No mesmo comunicado, os integrantes do G20 afirmaram que estão adotando “medidas imediatas e vigorosas” para apoiar as economias do mundo. Eles também debateram iniciativas internacionais de apoio financeiro para o combate à Covid-19, mas eventuais aportes devem ser voluntários.