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1 October 2024

Emergência obstétrica do Santo Amaro vai fechar no dia 1º

 

A emergência obstétrica do Hospital Santo Amaro vai fechar no dia 1º de novembro, segundo afirmou o presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba), Carlos Lino, em coletiva nesta terça-feira, 13. Os serviços não emergenciais continuarão funcionando.

A Sogiba, junto com outras entidades da área, denunciou que as instituições privadas de saúde fecham esses leitos para ampliar serviços da área que sejam mais lucrativos. Eles afirmam, ainda, que o fechamento das emergências obstétricas nessas maternidades vai sobrecarregar o serviço público.

“Existe uma peregrinação na cidade de gestantes procurando vagas em emergências sem conseguir. O médico recebe a ligação, coloca essa mulher dentro do carro, e não tem vaga em nenhum lugar”, declarou Francisco Magalhães, presidente do Sindimed. “Isso pode significar o colapso do atendimento obstétrico na Bahia, que já vive no limite”, declarou a instituição, em nota.

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Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), a maternidade do hospital “se utiliza de práticas preocupantes”. Segundo ele, no Santo Amaro, o plantonista de obstetrícia precisa atuar também como Médico de Guarda. Dessa forma, o profissional é responsável por todo o movimento pós-cirúrgico do hospital, procedimentos que não têm relação com a área de ginecologia e obstetrícia.

A reportagem do Portal A Tarde entrou em contato com o Hospital Santo Amaro nesta terça-feira, 13, para saber os motivos do fechamento e quais as alternativas para a população. A instituição ficou de enviar posicionamento sobre o assunto na quarta-feira, 14.

 

Sobrecarga

Segundo o Sogiba, com o fechamento, haverá uma sobrecarga nas maternidades públicas como a Tsylla Balbino e a Climério de Oliveira, cujos atendimentos se comparam ao do Santo Amaro. Além desse, os hospitais que possuem a emergência são: Português, Jorge Valente, Sagrada Família.

O hospital Tereza de Lisieux não receberá as pacientes que deixarão de ser assistidas no hospital porque atua como unidade de rede própria de um único plano de saúde.

Perdas

O hospital Santo Amaro é responsável por boa parte dos partos realizados na rede de saúde suplementar em Salvador, com 27 leitos. A instituição realiza cerca de 300 partos por mês, maior número de partos realizados entre as instituições privadas em Salvador.

O fato gera sérias consequências também para os médicos, uma vez que 60% da composição salarial é decorrente de produtividade.

Alertas anteriores

O comunicado oficial aos médicos da instituição e ao Sindicato dos Médicos foi dado no dia 30 de setembro pela diretoria do hospital. Além disso, o assunto já havia sido tratado pelo Sindimed com os médicos no dia 27 de setembro, com a presença de dirigentes Sogiba e do Conselho Regional de Medicina (Cremeb).

O problema também foi comunicado à Assembleia Legislativa, à Câmara Municipal de Salvador, à OAB e aos Ministérios Públicos do Estado e do Trabalho