Socorristas colombianos declararam nesta sexta-feira (2) que estão próximos de alcançar o local onde estariam os mineiros soterrados após um desabamento registrado na noite de quarta-feira em uma mina ilegal no oeste do país, que deixou até o momento três mortos. "Estamos trabalhando a uma profundidade de 30 metros, onde os cães detectaram três pontos que estariam a dois metros dos desaparecidos", declarou à AFP Aldemar Ríos, coordenador dos bombeiros do Cauca (oeste).
Autoridades da Colômbia afirmaram nesta quinta-feira temer que não haja sobreviventes em Santander de Quilichao, cidade no sudoeste do país.
"Não há nenhuma opção de ter gente viva" entre os escombros, disse a jornalistas o prefeito de Santander de Quilichao, Luis Eduardo Grijalba, após visitar a região.
Segundo informações de moradores, as toneladas de terra que caíram na mina deixou entre 20 e 30 pessoas presas, número que não pôde ser confirmado por nenhuma autoridade porque não há registros das pessoas que trabalhavam no local.
Outras versões falam de nove mineiros soterrados enquanto a Agência Nacional de Mineração disse estimar 15 pessoas presas.
A mina ilegal de ouro, localizada em uma zona rural do município de Santander de Quilichao, no departamento do Cauca, operava a céu aberto. Por estar situada à beira de um rio, a água que brota do subsolo dificulta o resgate, e a isso se soma a instabilidade do terreno, afirmaram os especialistas.
Na manhã desta sexta-feira as autoridades ampliaram o perímetro de segurança no local para afastar familiares e curiosos das proximidades do túnel, diante do risco de a terra voltar a ceder.
Para Lucio Carabaci, um morador local de 42 anos, a responsabilidade pelo acidente é do governo. "Isto estava funcionando há dois anos. Essas não são as únicas mortes que ocorreram", relatou à AFP.
Lucio chegou ao local vindo da cidade de Cali (oeste), onde trabalhava, para ter notícias de cinco familiares que estavam na escavação ilegal no momento do desabamento.
Um pouco mais distante, María Teresa Bermúdez, uma mineira de 58 anos, segue atenta aos trabalhos de resgate. "A única coisa que quero é que tirem os companheiros mortos. Até lá não vou embora. Depois, pensarei para onde vou, porque não trabalho mais aqui", afirmou.
No local, centenas de homens da Cruz Vermelha, bombeiros, funcionários da defesa civil, policiais e soldados do Exército estão preparados para agir se as máquinas escavadeiras alcançarem o ponto onde os desaparecidos estariam.
A mineração ilegal é uma prática comum na Colômbia, de acordo com o relatório mais recente do governo sobre o tema. "Apenas 37% das 14.357 unidades de mineração pesquisadas (entre 2011 e 2012) têm uma licença".
Em 2012, a mineração representou 2,3% do PIB colombiano, de acordo com o Departamento de Estatísticas.