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7 October 2024

Escândalo na FIEB! Sindicato denuncia irregularidades e é expulso; recomendação do MP foi ignorada

Em reunião na tarde desta quarta (17) o Conselho de Representantes da FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia decidiu pela expulsão do SINDIPAN – Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Cidade do Salvador do quadro de filiados da instituição. Segundo o advogado do SINDIPAN, João Borja, o motivo foi a denúncia de descumprimento do Estatuto e do Código de Ética feita pelo vice-presidente afastado Mário Phiton ao Ministério Público. Dentre as irregularidades, existem contratação de impressão gráfica com o atual vice-presidente Josair Bastos e locação de móveis e serviços de buffet com o diretor João Schaun Schnitmam. Além disso, “o presidente Ricardo Alban teria nomeado o cunhado com um cargo de R$17 mil”.

“O sindicato foi excluído porque exerceu o direito de controle de ilegalidade. No entendimento do sindicato, a diretoria da FIEB estava descumprindo o estatuto utilizando-se de nepotismo e de negociações que beneficiavam os seus membros. Quem é diretor da FIEB não pode contratar serviços com a FIEB. Isso é, no mínimo, antiético e imoral”, denunciou.

O advogado afirmou ainda que o julgamento foi “de cartas marcadas”.

“Aconteceu um julgamento de excessão. Eu senti, pela primeira vez, que a minha linha de argumento não iria surtir nenhum efeito prático porque o julgamento foi conduzido para que o meu representado fosse punido com a pena máxima, pena capital de exclusão”, revelou.

Tanto o SINDIPAN, como Mário Pithon, foram expulsos pela mesma razão. No entender de Borja, “ambos agiram em defesa da moralidade”. O orçamento anual da instituição ultrapassa R$500 milhões. A FIEB recebe repasses do SESI e do SENAI, por exemplo.

“As despesas não se dão com a transparência de um Brasil democrático. A FIEB tem que se submeter a égide de administrações públicas, por isso que quem controla suas contas é o Tribunal de Contas da União. Ainda que fosse particular, teria que cumprir seu Estatuto e Código de Ética”, finalizou Borja.

RECOMENDAÇÃO DO MP É IGNORADA

O Ministério Público da Bahia enviou uma recomendação para a FIEB não realizar o julgamento do SINDIPAN até que as denúncias fossem apuradas, mas o pedido foi ignorado. Em entrevista ao Informe Baiano, a promotora Rita Tourinho afirmou que está analisando o caso e pode entrar com uma ação na Justiça.

“Parece que a presidência da FIEB pretende coibir que seus membros questionem perante os órgãos de controle externo a regularidade dos seus atos. Isso contraria o processo democrático, que deve permear tanto em entes públicos, como em privados”, alertou.

Até o fechamento desta reportagem, não conseguimos contato com os diretores da FIEB.