“Eu quero Justiça”, diz pai de jovem morto a tiros durante ação da PM no Engenho Velho de Brotas
Caso aconteceu na tarde de sexta-feira (18) e a PM alega que os jovens foram encontrados com um revólver e drogas
O pai do jovem morto a tiros durante ação da Polícia Militar no bairro de Engenho Velho de Brotas, na tarde de sexta-feira (18), disse ter pressentido a morte do filho pouco antes de saber da notícia.
“Eu tava no trabalho, por volta de 1h30, e senti a cabeça rodar. Aí fui pegar uma água para ir ao posto médico pedir um remédio. Senti aquela sensação, um aperto no coração. Em questão de meia hora depois minha irmã me liga, querendo o telefone da casa dele [Neto]. Eu perguntei: ‘o que foi que aconteceu?’. E ela respondeu: ‘Eu quero saber o telefone porque eu ouvi uma conversa aqui de que Neto estava na rua e foi baleado’. Aí eu disse: ‘Eu perdi meu filho!’, contou o assistente de p
Neto foi atingido por disparos de arma de fogo, juntamente com um outro jovem. Os dois foram encaminhados para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas Neto não resistiu aos ferimentos e morreu. O enterro dele acontece na tarde deste sábado, no Cemitério do Campo Santo. Uma terceira pessoa foi presa no local.
De acordo com o outro tio do jovem, o técnico em telefonia Lázaro Freitas, 41, Neto chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. “A gente não entende porque aconteceu. Era um menino jovem, cheio de vida… Mais um jovem abatido. É difícil…”, lamentou Lázaro. O tio lembra ainda que o jovem estava prestes a começar a trabalhar. “Neto tinha muito amigo, era um menino muito brincalhão, brincava com todo mundo…”, completou Rosimar, emocionada. Ainda de acordo com os familiares de Neto, o rapaz conhecia apenas uma dos outros dois jovens envolvidos na ação.
ortaria Jorgivaldo Freitas, em entrevista à TV Bahia.
Segundo testemunhas, Geraldo Neto, 19 anos, estava saindo da casa da namorada para ir pra praia e quando foi alvejado. “As pessoas estão dizendo que teve uma abordagem policial na rua e eles não perguntaram quem era, nem o que fazia. Ali é passagem. Não olharam se vinha criança, nem nada… Já foram fazendo abordagem”, contou a tia de Neto ao CORREIO, a despachante Rosimar Freitas, 48 anos.
Jorgivaldo, entretanto, afirma que quer justiça. “Eu quero Justiça. Eu quero saber a verdade. Por que antes desse policial atirar, não prendeu meu filho? Por que não procurou saber, investigar? Quer dizer que todo o tempo a pessoa que corre é vagabundo?”, questiona.
Versão da PM
De acordo com a Polícia Militar, equipes do Esquadrão de Motociclistas Águia passavam pelo bairro e foram acionados por um morador que informou ter visto cerca de dez homens armados. Os policiais estiveram no local e, ao se aproximar para fazer a abordagem, foram recebidos a tiros. Os policiais revidaram e dois homens foram atingidos.
A PM afirma ainda que no local foram apreendidos um revólver 38, 40 trouxinhas de maconha e quatro pinos de cocaína.
*Com informações da repórter Laura Fernandes