Familiares se despedem e pedem justiça no enterro do pai de Lucas Terra
O corpo de José Carlos Terra, pai do adolescente Lucas Vargas Terra, estuprado e assassinado em 2001, foi sepultado no cemitério Bosque da Paz, no bairro de Nova Brasília, em Salvador, nesta sexta-feira, 22.
Carlos Terra, de 64 anos, estava internado no Hospital Ernesto Simões, situado no Pau Miúdo, com quadro de insuficiência renal, e morreu na quinta-feira, 21, após 18 anos da morte do filho.
A esposa de José e mãe de Lucas, Marion terra, disse que o companheiro há 46 anos estava fragilizado depois de tanto tempo clamando por justiça. “Conseguiram calar a voz do Carlos, mas eles se esquecem que eu ainda estou aqui. Minha voz ninguém vai calar”, concluiu.
Luta por justiça
Após o assassinato de Lucas, José Carlos iniciou uma luta para prender os responsáveis pelo crime. Conforme denúncia do Ministério Público do Estado (MP-BA), o bispo Fernando Aparecido da Silva e o pastor Joel Miranda, da Igreja Universal do Reino de Deus, além do pastor Sílvio Roberto Santos Galiza, tiveram participação na morte do adolescente. Apenas Galiza (que em 2006 delatou os outros dois acusados) foi julgado e condenado pelo crime
O caso
O adolescente Lucas Terra, de 14 anos, foi estuprado e morto em um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no Rio Vermelho, em março de 2011. A vítima foi queimada viva e o corpo foi localizado em um terreno baldio na avenida Vasco da Gama.
À época, José Carlos Terra alegou que o filho havia flagrado os pastores Joel e Fernando mantendo relações sexuais, o que teria motivado o crime.