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27 September 2024

Fátima Bernardes é condenada pela justiça e seu programa na Globo sofre intervenção

Fátima Bernardes não esperava por essa! O programa Encontro fez algo errado segundo a justiça.

TV Globo, por causa do programa de Fátima Bernardes, foi condenada a conceder direito de resposta à juíza leiga Ethel Tavares de Vasconcelos, que teria mandado prender e algemar a advogada Valéria Lúcia dos Santos durante uma audiência. O caso ocorreu em setembro do ano passado, no 3º Juizado Especial Cível de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O programa Encontro, apresentado por Fátima Bernardes, exibiu tudo. De acordo com a decisão da juíza Eunice Bitencourt Haddad, da 24ª Vara Cível, Ethel terá direito ao mesmo espaço que Valéria contou dentro do programa Encontro.

Em sua decisão, a juíza disse que a “emissora optou por mostrar apenas uma versão dos fatos, mesmo sabendo que o Tribunal de Justiça estava investigando o caso”.

“E, mesmo ciente de que o Tribunal de Justiça estava apurando os fatos, decidiu encampar a versão daquela, e usar a situação ocorrida, com a versão de apenas um dos lados, repita-se, para fomentar a discussão sobre o tema discriminação contra mulheres e racismo”, detalhou a juíza, sobre o caso envolvendo o Encontro com  Fátima Bernardes.

A advogada Valéria Lucia dos Santos, 48 anos, que foi algemada após discussão com juíza leiga durante audiência no Fórum de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro - 12/09/2018 (Zô Guimarães/Folhapress)
A advogada Valéria Lucia dos Santos, 48 anos, que foi algemada após discussão com juíza leiga durante audiência no Fórum de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro – 12/09/2018 (Zô Guimarães

O Tribunal decidiu, na época, que a juíza Ethel não cometeu ato de racismo e, tampouco, alguma infração. Com isso, a partir de 3 de junho, a Globo, por causa do Encontro com Fátima Bernardes, é obrigada em até 15 dias cumprir a decisão. Caso não, será multada diariamente em R$ 50 mil.

Na época, o caso teve bastante repercussão. A advogada Valéria aparece discutindo com a juíza leiga em um vídeo que foi divulgado nas redes sociais. Ela exigia uma leitura de uma contestação do caso que estava sendo analisado. A juíza, que não é togada e atua em causas menores, pediu que Valéria saísse da sala de audiência. No entanto, esta afirmou que só sairia na presença de um delegado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Sendo assim, Ethel chamou a Polícia Militar.

Quando a PM chegou, Valéria disparou que “só queria fazer valer o seu direito”. “Eu estou trabalhando! Eu quero trabalhar! Eu tenho direito de trabalhar! É meu direito como mulher, como negra, é trabalhar! Eu quero trabalhar!”, diz Valéria que aparece no chão durante o vídeo.

Depois de parar em uma delegacia de Duque de Caxias após o episódio, ela participou do programa da Globo, onde expôs sua versão. Ela disse ter sido vítima de racismo e que houve uso ilegal de algemas pela polícia, além da violar a sua prerrogativa profissional.