Financiar imóveis com FGTS vai ficar mais barato
A portabilidade de financiamentos imobiliários concedidos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que entra em vigor no próximo dia 5 de maio, pode fazer uma grande diferença no Custo Efetivo Total de um imóvel.
Uma simulação realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), encontrou uma economia de quase R$ 77 mil no financiamento de um imóvel no valor de R$ 500 mil, em 30 anos.
Quando aplicada a taxa de juros de 8,66% ao ano (a.a.) da Caixa Econômica Federal, encontra-se uma prestação mensal de R$ 3.766,88. Já quando aplicada a taxa de juros de 9,20% (a.a.) do Bradesco, o valor da prestação sobe R$ 213,14 e fica em R$ 3.980,02.
A simulação foi feita com as maiores taxas de juros praticadas para este tipo de financiamento na Caixa Econômica Federal (8,66% a.a.); no Banco do Brasil (8,90% a.a.); e no Bradesco (9,20% a.a.).
O Itaú Unibanco, por meio de assessoria de imprensa, afirmou não operar com o financiamentos através de recursos do FGTS, também conhecido como "Funding FGTS".
Segundo o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel de Oliveira, o governo federal aprovou a portabilidade para provocar uma disputa no sistema financeiro e reduzir os custos dos empréstimos.
"Qualquer redução nas taxas de juros, por menores que sejam, quando o consumidor troca de banco, vai significar uma enorme economia no valor total pago por este financiamento", diz Oliveira.
Vale lembrar que a taxa de juros praticada em financiamentos imobiliários é uma negociação que observa o perfil do cliente, e pode variar de acordo com a renda e o relacionamento do cliente com o banco, o valor financiado e o tempo escolhido para o pagamento.
Regras
Aprovada pelo Conselho Curador do FGTS em março deste ano, os critérios para a transferência dos empréstimos de uma instituição financeira para outra que cobre juros menores foram divulgados esta semana.
Nas regras publicadas pela Caixa Econômica Federal, que administra o FGTS, a transferência de um banco para outro não pode acarretar nenhum custo para o consumidor.
O regulamento permite que os bancos reduzam os juros e as taxas de administração como forma de incentivar a portabilidade. O valor devido e o prazo para o pagamento não podem ser maiores no banco que está propondo a portabilidade.
Também não é possível fazer a portabilidade de financiamento para imóveis na planta. O sistema de amortização das dívidas – prestações decrescentes (SAC) ou prestações fixas (tabela Price) – não pode ser alterado.
A transferência pode ser negada pelos bancos caso as informações não sejam recebidas, ou caso haja problemas com os dados cadastrais fornecidos.
Todos os bancos procurados por A TARDE informaram que ainda estão adequando seus sistemas e procedimentos internos para atender às demandas de portabilidade de operações de crédito imobiliário. Nenhum dos bancos quis se pronunciar.