Garoto precisa de ajuda para um transplante de medula
“Meu sonho é poder fazer tudo que uma criança da minha idade faz, principalmente andar de bicicleta”. É o que anseia João César de Medeiros Neto, 13, portador de aplasia medular grave, que precisa de um transplante medular.
Uma vez por semana ele vai ao Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana, para receber bolsas de sangue e plaquetas, pois a doença causa sangramentos e outras complicações.
A aplasia medular é uma doença rara que faz a medula óssea (tecido encontrado no interior dos ossos) parar a produção de células sanguíneas em quantidade satisfatória. “Ele começa a sangrar muito, principalmente pela boca. E o corpo fica tomado por manchas. Segundo os médicos, significa que ele está tendo sangramento interno”, contou a mãe do menino, Adriana Batista de Jesus.
Incompatibilidade
Embora esteja inscrito no cadastro nacional para transplante de medula óssea, João ainda não encontrou um doador compatível. Seu tipo sanguíneo é O positivo. Seu irmão, de 11 anos, é 100% compatível, mas foi diagnosticado também com a doença.
“João não tem amigos, as pessoas não entendem e acham que ele tem uma doença contagiosa. Sofre muito, pois não consegue ter uma vida normal”, lamentou a mãe.
“Nem sempre encontramos plaquetas disponíveis. Devido à baixa doação, nem sempre tem plaquetas liberadas. Por isso, peço que as pessoas venham doar sangue”, apelou Adriana.
Sobre esta dificuldade, a coordenadora da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) em Feira de Santana, enfermeira Nilza Azevedo, explicou que o material só é liberado após 48 horas da doação, pois necessita passar por exames. “Mas estamos constantemente trazendo plaquetas da central em Salvador e outras localidades. Não deixamos de atender a nenhum pedido”, frisou.
Nilza Azevedo disse que qualquer pessoa pode doar, desde que atenda a requisitos como ter acima de 18 anos, já ter doado sangue outras vezes, pesar acima de 60 kg, estar saudável e não ter doado sangue nos últimos três meses.
“Entretanto, quem teve doenças virais, como dengue e zika, só pode doar após 30 dias do fim dos sintomas. Para chikungunya, o prazo é de seis meses”, explicou a coordenadora.
Apelo
Adriana, mãe de sete filhos, sobrevive de salário mínimo oriundo do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) e da pensão de R$ 150 que recebe do ex-marido. Mora em uma casa alugada por R$ 400 e assegura não ter como custear a dieta dos dois filhos portadores da aplasia.
“É muito gasto. Só um medicamento que João usa diariamente é R$ 180. Não posso trabalhar porque não tenho ninguém para tomar conta deles. Preciso de ajuda”. Segundo a mãe, João César necessita usar um remédio para controlar a ferritina (proteína produzida pelo fígado). Para isso, precisa de uma avaliação de um oftalmologista e um ortorrino.
“O governo só libera este medicamento após o laudo da avaliação. Não tenho como arcar com as consultas. Para ter uma ideia, os óculos dele estão vencidos há mais de dois anos”, contou.
para ajudar, ligue para os telefones 75 3022-5295, 75 8254-9093 ou 75 8269-3919. procurar Vera Lúcia Batista, avó da criança