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29 September 2024
Foto reprodução

“Geddel ficava com até 65% do valor de cada operação ilegal na Caixa Econômica”, diz Funaro

Em delação premiada, o operador financeiro Lucio Funaro descreveu como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha atuava: “Eduardo funcionava como se fosse um banco de corrupção de políticos, ou seja, todo mundo que precisava de recursos pedia para ele, e ele cedia. Em troca mandava no mandato do cara”, afirmou. “Não precisava nem ir atrás de ninguém, fazia fila de gente atrás dele.”

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo, teve acesso à gravação em vídeo do depoimento prestado por Funaro à Procuradoria-Geral da República no dia 23 de agosto deste ano. O acordo de colaboração foi homologado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Sobre o repasse de propinas na Caixa Econômica Federal, Funaro afirmou que entre 60% e 65% do valor de cada operação ficava com Geddel Vieira Lima, depois que assumiu a vice-presidência de Pessoa Jurídica do banco, em 2011. Segundo a publicação, ele deixou o cargo em 2013, mas mantém ascendência na Caixa, segundo o operador. “O resto [40% a 35%] eu e o Cunha meiávamos ou eu dava 5% a mais para o Cunha e o resto para mim, dependia da operação e da necessidade de caixa que ele tinha”, disse Funaro.

Segundo Funaro, sua relação com o ex-presidente da Câmara era “muito boa” porque não se importava em destinar um valor maior a Cunha do que a ele próprio, se fosse para contemplar o “projeto político dele”. Falava ʹtá bomʹ porque apostava que ele realmente ia chegar onde chegou, que foi chegar a ser a pessoa que teve mais importância e poder no Brasil. Foi um período curto de tempo, mas ele chegou.”