Governador da Bahia está de braços Cruzados briga de marginais causa morte de criança de 5 anos.
Baleado quando estava com a mãe em uma festa em Paripe, na noite desta quarta-feira (15), Ícaro Antônio de Souza, 5 anos, foi ferido por um homem que perseguia um traficante rival. Um dos tiros atingiu o abdômen da criança, que morreu na noite desta quinta (16) no Hospital do Subúrbio, onde estava internada.
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que até o momento não tem pista do autor do disparo.
Comerciantes e moradores no entorno da rotatória, onde ocorreu o crime, disseram que o homem armado perseguia um integrante de uma facção rival. “Foi briga entre eles por disputa do tráfico, e o menino acabou levando a pior”, contou um comerciante.
O corpo de Ícaro ainda está no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML). O Departamento de Polícia Técnica (DPT) informou que aguarda a família apresentar documentação para liberação do corpo.
Tiro na multidão
Segundo moradores e comerciantes, Ícaro estava com a mãe numa festa que acontece todos os dias na rotatória de Paripe, em frente a um supermercado atacadista. A partir das 16h, o local é tomado por barracas que vendem principalmente bebidas alcoólicas. Uma aglomeração se forma no entorno, dificultando a passagem dos veículos na via das barracas.
Nesta quinta (15), por volta das 20h, um homem entrou na multidão, ao mesmo tempo que era perseguido por outro homem armado. “O cara achou de correr em direção ao menino, que acabou baleado “, contou morador.
Atingida pelo tiro, a criança foi socorrida de imediato ao Hospital do Subúrbio. “Botaram ele logo num carro. Mas fiquei triste agora com essa notícia. O pessoal estava fazendo uma campanha para doação de sangue para o menino”, relatou.
Ele não soube dizer se a mãe estava com o menino na hora. “Não sei informar, mas uma criança não era para estar nesse tipo de ambiente. Porém, muitas crianças ficam aqui à toa, enquanto os pais estão se divertindo. Tem mãe que deixa o filho dormindo dentro das barracas, e vai encher a cara”, declarou.
Barracas
A morte de Ícaro trouxe à tona um problema que os moradores e comerciantes de Paripe são obrigados a conviver. “Essas barracas são um grande problema. Toda vez tem briga, tiro, facada. A prefeitura já tirou uma vez e agora voltou tudo de novo. Se não fossem essas cadeiras e mesas, nada disso teria acontecido”, disse um comerciante.
Ainda de acordo com ele, a morte do garoto está longe de parar com o problema. “Hoje isso aqui tudo vira bar. Já viu bar em rotatória, em beira de pista? Só dá o que não presta. No dia seguinte, isso aqui fica um lixo. As portas das lojas viram banheiros químicos”, disse ele, apontando para algumas estruturas em ferro, lona e madeira.