
Guerra comercial entre China e EUA marca início de cúpula do Brics
O presidente do Brasil, Michel Temer, o presidente russo Vladimir Putin, o presidente chinês Xi Jinping, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fazem uma foto de grupo durante a Cúpula dos Brics em Xiamen, na China – 04/09/2017 (Kenzaburo Fukuhara/Reuters)
Começando nesta quarta-feira, em Johannesburgo, na África do Sul, a cúpula do bloco de países emergentes Brics – formada pelo país, Brasil, Rússia, Índia e China – será a primeira desde o início da guerra comercial entre os chineses e os Estados Unidos de Donald Trump. A expectativa é que os Brics manifestem seu apoio aos órgãos de arbitragem internacional, por vezes desrespeitados pelos americanos, em especial a Organização Mundial do Comércio (OMC), hoje dirigida por um brasileiro, Roberto Azevêdo.
“Há temas importantes que serão tratados na declaração pelos líderes. Eu destacaria a defesa do multilateralismo, em função do que ocorre hoje no mundo, tensão sobre as organizações multilaterais, em particular sobre a OMC”, disse o subsecretário-geral da Ásia e do Pacífico e responsável pelo Brics no Itamaraty, o embaixador Henrique Sardinha Pinto
Segundo ele, é uma preocupação do Brasil e dos parceiros do grupo fazer uma manifestação “bastante firme e segura” em defesa dos princípios que norteiam o multilateralismo. Ele nega que esse seja um pedido da China para os demais, como havia dito, ainda no Brasil, o ministro Kenneth Félix da Nóbrega, diretor do Departamento de Mecanismos Inter-regionais do Itamaraty.
A crítica a medidas protecionistas, como as taxações mais altas de produtos importados adotadas por Trump, não é nova no Brics, mas essa será, no entanto, o primeiro comunicado conjunto após o início da guerra comercial que travam as duas maiores potências do planeta.