Holloway cumpre promessa, bate Aldo e assume o reinado dos penas no UFC
O resultado pos
Max Holloway é um homem de palavra. Ao afirmar que faria história e mostraria como se vence José Aldo, o “Abençoado” não falou da boca pra fora. Como ele mesmo disse, para conquistar um novo reino, um rei precisa até a terra de outro rei para derrotá-lo em uma guerra. E o havaiano fez exatamente isso ao chocar o público na Arena da Barra e bater o brasileiro, na cidade que o rival vive, por nocaute técnico, aos 4m13s, pela unificação do cinturão dos penas (até 66kg), na luta principal do UFC 212, na madrugada deste sábado para domingo, no Rio de Janeiro.
itivo é o 11º seguido de Holloway, que tornou-se o segundo havaiano campeão do Ultimate, juntando-se a BJ Penn. Com 18 vitórias e três derrotas, o “Abençoado” é o novo dono do peso-pena. Aldo perdeu a segunda de suas últimas três lutas. Ele vinha de vitória sobre Frankie Edgar no UFC 200, quando recuperou-se do nocaute sofrido para Conor McGregor.
– Quero agradecer a Deus e dizer ao meu filho que temos um novo cinturão, baby. Vocês mostraram muito amor aqui. Eu lutei contra o seu compatriota e vocês mostraram muito amor. Eu disse, chegou a era do “Abençoado”. Dana White, eu quero os meus US$ 50 mil. Eu mereci. Eu comecei perdendo, mas depois me recuperei, porque sabia que tínhamos cinco rounds. Obrigado, Brasil. Adorei as castanhas de cajú. Agora o novo rei chegou e conquistou. Vou dominar essa categoria e ficar no trono por muito tempo – prometeu Holloway.
A luta
A torcida gritava “olê, olê, olê, Aldo! Aldo!” e os lutadores apenas circulavam pelo octógono enquanto estudavam o melhor momento de atacar. O primeiro golpe conectado foi com quase dois minutos de round, quando Holloway tocou levemente com a mão direita na guarda do campeão linear. Aldo tentou responder com jab e direto, mas passou no vazio. Quando furou a guarda do rival, uma bomba de esquerda explodiu o rosto do havaiano. O brasileiro partiu para cima com socos e joelhadas, viu o público explodir, mas o dono do cinturão interino resistiu. Um upper voltou a balançar Holloway. Àquela altura, a superioridade do dono da casa era nítida.
Um gancho na linha de cintura marcou o início do segundo assalto. Holloway respondeu com um direto. Ciente de que precisava mostrar algo novo, tentou impor um volume maior de golpes, mas se viu vítima de dois contragolpes de esquerda. A expressão de Aldo parece não mudar jamais durante uma luta. Quando o havaiano menos esperava era alvejado por combinações certeiras das rápidas mãos do brasileiro. Mas o Abençoado é perigoso e exigia atenção máxima do rival. Combinando direto e cruzado, ele chegou a tocar o rosto de Aldo, que mostrava esquiva em dia na maioria das investidas de seu oponente. Numa dessas esquivas, contra-atacou com diretos, mas recebeu golpes duros de Holloway pouco depois. Nos segundos finais, o campeão interino provocou Aldo e pareceu despertar a fera, que conectou chute rodado e jogou cruzados na direção do rival. As vaias e gritos de “Uh, vai morrer!” foram inevitáveis.
Holloway crescia na luta e já encontrava mais o rosto de Aldo, que respondia com socos, mas usava muito pouco uma de suas principais armas, que é o chute. Um direto de direita do havaiano derrubou Aldo. A tensão tomou conta da arena, enquanto Holloway ia para liquidar a fatura no ground and pound. A torcida gritava o nome do brasileiro, mas Holloway foi para a montada, desferiu muitos golpes no rosto e dominou as costas. Aldo escapou do mata-leão, conseguiu ficar de frente e seguiu engolindo socos. O brasileiro cedeu as costas, passou apenas a proteger a cabeça e recebeu muitos socos antes que Big John McCarthy interrompesse o combate. O silêncio tomou conta do ginásio, e os torcedores se dirigiram para a saída quase que imediatamente.