Homem descobre que pênis está “virando osso”; entenda condição rara
Um homem de 63 anos foi ao hospital após sofrer uma queda na rua e saiu de lá com mais informação do que gostaria de ter obtido. Isso porque, segundo noticiou o Daily Mail nesta sexta-feira (9), um exame de raio-x apontou que o pênis do idoso apresentava pontos de “calcificação“.
Médicos do Lincoln Medical Center, em Nova York (Estados Unidos), identificaram que “células ósseas estavam se formando dentro do membro”. Eles avisaram o paciente sobre a situação, mas ele simplesmente se levantou, pegou a bengala e foi embora sem sequer perguntar qual seria o tratamento.
O caso foi publicado no Urology Case Reports, em junho deste ano. No texto, os autores descreveram a ossificação como uma “comprida placa de calcificação ao longo da distribuição do pênis”.
No relatório, o médico Georges El Hasbani observou que o caso é extremamente raro – o que não gera tantos registros pela comunidade médica. “Ossificação do pênis continua sendo uma condição relativamente rara a ser mencionada em poucos periódicos da área, com menos de 40 casos registrados”, explicou.
A maior parte dos casos registrados se desenvolveram como consequência da doença de Peyronie – uma condição que causa uma espécie de “fibrose no revestimento dos corpos cavernosos do pênis” e é mais comum entre homens com mais de 50 anos.
Doença de Peyronie? Especialista explica
Ao portal da RedeTV!, o urologista Emílio Sebe explicou, por telefone, que a doença de Peyronie pode ser causada por traumas no pênis, tais quais uma pancada (como no caso do idoso) ou uma relação sexual mais intensa.
“Numa relação sexual que o homem fica deitado de costas e a mulher em cima, por exemplo. Quando ‘esquenta’ e a mulher levanta um pouco mais e retira o pênis, pode acontecer de ele dobrar e bater no períneo [no momento da penetração]”, exemplifica o especialista. “Dobrando o pênis provoca-se uma ‘fratura’ ou, melhor dizendo, um processo inflamatório do órgão que, se não for medicado, logo evolui para essa fibrose”.
Esse quadro, Sebe ressalta, é o que começa a gerar os nódulos classificados pelos médicos do caso citado mais acima como a “calcificação” do órgão: “A fibrose causa o endurecimento do pênis, que fica parecendo um osso, mas não é”, acrescenta ele.
Ereção prejudicada
Se a condição não for tratada, o urologista alerta que a vida sexual pode ser afetada. “Quando há o endurecimento do corpo cavernoso, a ereção fica fraca, a desejar”, explica. “Também pode acontecer o endurecimento de somente um lado do órgão, o que faz o pênis dobrar numa curvatura que impossibilita a relação”, completa o médico.
A dificuldade de ereção, inclusive, é o principal sintoma da condição – que, embora atrapalhe a vida sexual, não prejudica a fertilidade masculina.
Diagnóstico e tratamento
Assim como no caso do idoso, a doença de Peyronie pode ser facilmente diagnosticada num simples exame de raio-x da região. Além disso, o ultrassom com doppler também é capaz de identificar a ossificação.
Em 90% dos casos, o tratamento pode ser feito com terapia de ondas de choque, segundo o especialista. Sebe aponta que, dependendo do estágio da doença, 20 sessões de dez minutos já podem resolver o problema. Um avanço, segundo ele: “Antigamente não tinha tratamento e era colocado uma prótese para reverter isso”.
Mas o médico destaca que o mais importante é ficar de olho para evitar acidentes. “Tomar muito cuidado para que o pênis não saia da vagina. Se tiver relação assim, o que é muito frequente (e responsável por 60% a 70% dos casos que vejo), seja cuidadoso, porque o pênis fica muito exposto”, destaca.
E caso não seja possível dar aquela “segurada” e o pior aconteça, o urologista indica: “Procure um medico que vai encaminhar para o tratamento”.