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30 September 2024
Hotel que fica no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, suspende atividades (Foto: Reprodução / Internet)

Hotel Pestana, no Rio Vermelho, funciona até esta terça-feira

O Hotel Pestana Bahia, localizado no bairro do Rio Vermelho, suspende a operação de todos os 310 quartos a partir desta terça-feira (1º), conforme anunciado pela empresa. De acordo com a direção do empreendimento, a medida ocorre após queda na ocupação, ocasionada pela crise econômica e fechamento do Centro de Convenções da Bahia. O hotel passará por reforma, ainda sem projeto definido e prazo para conclusão.

O diretor de operação do Pestana, Paulo Dias, diz que apesar do fechamento dos leitos, o lobby do hotel continuará funcionando e dando acesso ao prédio anexo, o Pestana Lodge, que tem 98 quartos e seguirá recebendo hóspedes. Segundo ele, 43 funcionários foram demitidos e outros 60 serão remanejados.

“Na nossa percepção, 310 quartos não têm viabilidade econômica, sem área de convenções para que mantenha a hospedagem durante todo o ano”, avaliou Dias.

“O que caiu foi o destino Salvador, o mercado, e fomos reduzindo número de apartamentos no hotel, mas os custos continuaram crescendo”, completa. O hotel chegou a fechar nove andares no mês de outubro do ano passado.

Paulo Dias diz que a intenção do grupo não é de fechar o hotel, mas de suspender a operação para reformar e adequar o hotel à nova realidade do mercado. “Estamos fazendo estudo de projeto para reforma. Acreditamos muito no projeto Bahia e vamos continuar vendendo [o destino] Salvador. Salvador por muitos anos era o terceiro destino de congressos do Brasil. Hoje, com o fechamento do Centro de Convenções, a gente perde grande capacidade de receber os grandes eventos da cidade”, justifica. Ele destaca que o Hostel Pestana Convento do Carmo, localizado no bairro Santo Antônio Além do Carmo, Centro Histórico de Salvador, continuará funcionando normalmente.

O presidente da Federação Baiana de Hospedagem, Silvio Pessoa, avalia que a suspensão da operação do Hotel Pestana é resultado das dificuldades do setor turístico em Salvador. “Normalmente, a nossa média de ocupação, há anos atrás, era 67% anual e nos últimos quatro anos tem caído ano a ano. Fechamos o ano de 2015 com 54% de ocupação em Salvador. Tivemos 46% das camas vazias e 6 milhões de camas não vendidas. Foram mais de 10 mil demissões de trabalhadores de hotéis, bares e restaurantes em Salvador”, informa.

Ele destaca que o cenário atual do turismo precisa de incentivos para contornar as dificuldades do setor. “O Centro de Convenções está fechado há mais de um ano e toda hora tem uma desculpa para não andar. O nosso aeroporto não terminou [a reforma] nem para Copa do Mundo e agora, para completar, pela terceira vez em um ano, a pista principal está fechada [para reforma] na madrugada. Temos a crise financeira e não existe uma campanha no exterior para trazer visitantes estrangeiros para cá. A economia não anda. A gente tem que estar nas prateleiras. Representamos em Salvador 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e somos os maiores empregadores da nossa cidade”, defende.

Por G1 BA