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30 November 2024
Foto Reprodução

Inflação: IPCA para 2016 dispara no relatório Focus do Banco Central

No primeiro relatório Focus divulgado após os dados mais recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as previsões para a inflação em 2016 pioraram no Relatório Focus. Em meio à forte pressão nos preços dos alimentos, os economistas do mercado elevaram de 7,20% para 7,31% a projeção mediana para o IPCA este ano. Quatro semanas atrás, estava em 7,26%. Para 2017, após uma série de cortes nas projeções, o mercado manteve em 5,14%, nesta semana, a previsão para o IPCA. Um mês antes, estava em 5,30%.

Na última quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação em julho foi de 0,52%, acima da mediana de 0,45% prevista na pesquisa do Projeções Broadcast com as instituições financeiras. No comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) e na ata da reunião, o BC havia informado que, pelo cenário de referência, que pressupõe a Selic (a taxa básica de juros) inalterada em 14,25% ao ano e um dólar a R$ 3,25, as projeções apontam para uma inflação em torno da meta de 4,5% já em 2017.

No cenário de mercado, que utiliza as trajetórias para os juros e o câmbio apuradas na pesquisa Focus, a inflação projetada para 2017 está em torno de 5,3%. Para 2016, a ata do Copom indicou que as projeções, tanto no cenário de referência quanto no de mercado, apontam para uma inflação em torno de 6,75%. Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, as medianas das projeções para este ano no relatório Focus também pioraram, passando de 7,20% para 7,41%. Para 2017, foram de 4,97% para 5,25%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,18% e 5,33%.

Já a inflação suavizada 12 meses a frente voltou a ceder, passando de 5,48% para 5,42% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,70%. As estimativas para os índices mensais mais próximos seguiram resilientes: as de agosto passaram de 0,30% para 0,32% (quatro semanas antes estavam em 0,31%). Para setembro, seguiram em 0,35%, sendo que um mês antes estavam em 0,38%.

O Relatório de Mercado Focus voltou a mostrar mudanças nas projeções para os preços administrados, tanto em 2016 quanto em 2017. A mediana das previsões do mercado financeiro para este indicador este ano passou de alta de 6,20% para avanço de 6,18%. No próximo ano, as projeções também melhoraram, e a mediana passou de alta de 5,50% para elevação de 5,35%.

Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,70% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,50% para 2017. O BC contava com forte desinflação desse segmento para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% em 2016 – uma perspectiva que vai ficando distante, pelos dados do Focus. Nos últimos tempos, o dólar mais baixo também vinha colaborando.

Em comunicações recentes, o BC enfatizou ainda que a retração econômica pode ajudar no processo de desinflação. Por outro lado, disse que a inflação corrente e as expectativas, ambas elevadas, seguram este processo.

Na ata do último encontro do Copom, a instituição projetou uma variação de 6,6% para os preços administrados em 2016 e de 5,3% para 2017. O Relatório de Mercado Focus trouxe projeções mais favoráveis para os Índices Gerais de Preços (IGPs) deste ano. Estes indicadores são bastante afetados pelo desempenho do dólar, mas também pelos produtos no atacado, em especial os agrícolas.

No caso do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2016, a mediana das estimativas dos analistas recuou de 8,41% na semana passada para 7,69% agora. Um mês atrás, a mediana das projeções para o IGP-DI deste ano estava em 9,15%. No caso do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), referência para o reajuste dos contratos de aluguel, a mediana das estimativas para este ano caiu de 8,51% para 8,06% esta semana.

Quatro levantamentos antes estava em 9,23%. A mediana das previsões para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas (IPC-Fipe) de 2016 também caiu esta semana, de 7,52% para 7,51%.

Por Fabrício de Castro | Estadão Conteúdo